
O militar israelo-americano Edan Alexander foi libertado esta segunda-feira na Faixa de Gaza pelas Brigadas al- Qassam, o braço armado do Hamas. Alexander tinha 19 anos quando foi levado da sua base militar no sul de Israel durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.
A libertação "faz parte dos esforços contínuos dos mediadores para alcançar um cessar-fogo” e permitir a entrada de ajuda humanitária no território, explicou o Hamas em comunicado. O Hamas reiterou ainda que "negociações sérias" levarão à libertação de mais reféns, mas avisou que a “continuação da agressão prolongará o seu sofrimento" e poderá mesmo matá-los.
A libertação de Edan Alexander coincide com a viagem a Israel do enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e com a véspera do início da viagem do Presidente norte-americano, Donald Trump, a vários países do Médio Oriente. No comunicado, o Hamas manifestou a sua disponibilidade para "iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo sustentável", que incluiria a retirada do Exército israelita do enclave palestiniano, bem como "o fim do cerco”, a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza.
Hamas pede ajuda a Trump
"Instamos a administração Trump a continuar os seus esforços para pôr fim a esta guerra brutal travada pelo criminoso de guerra Netanyahu contra crianças, mulheres e civis indefesos na Faixa de Gaza", assinalou o Hamas. As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais – Egito, Qatar e Estados Unidos – para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
Também esta segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu que a libertação de Edan Alexander foi conseguida graças a uma "combinação vencedora" de pressão militar israelita e política exercida por Donald Trump. Numa mensagem vídeo distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro israelita após o anúncio da libertação de Alexander, Netanyahu considerou que se tratou de "um momento muito emocionante" e informou que falou esta segunda-feira com Trump e que o líder da Casa Branca disse estar "comprometido com Israel" e em trabalhar com o seu Governo "em estreita cooperação".
Guterres “profundamente aliviado”
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu estar "profundamente aliviado" com a libertação do cidadão americano-israelita e renovou os apelos para um cessar-fogo e pela libertação imediata dos restantes reféns. "Os reféns devem ser tratados de forma humana e digna", frisou.
O ex-primeiro-ministro português apelou ainda a todas as partes em conflito para que garantam imediatamente o socorro humanitário "rápido, irrestrito e seguro" a Gaza, incluindo a prestação de serviços essenciais a todos os civis que necessitem. "A ajuda não é negociável", afirma António Guterres.
Um total de 58 pessoas continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, das quais as autoridades israelitas estimam que 23 ainda estejam vivas.