Em Portugal, anualmente, são diagnosticados cerca de 9 mil novos casos de cancro da mama e mais de 2 mil mulheres morrem com esta doença. É, portanto, uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, “mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade”, explica a LPCC através do seu site.

É também um dos tipos de cancro mais comuns entre as mulheres e corresponde à primeira causa de morte por cancro, na mulher.

Tal como acontece com outros cancros, o diagnóstico precoce do cancro da mama, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas, é fundamental na medida em que o mesmo aumenta a probabilidade do tratamento ser mais eficaz e, em consequência, um melhor prognóstico da doença. Para além de diminuir a mortalidade, o diagnóstico precoce poderá - em alguns casos - evitar cirurgias ou até alguns tratamentos como a quimioterapia.


6,1 milhões

de mamografias foram realizadas entre 1990 e 2024 e cerca de 36 mil mulheres foram encaminhadas para diagnóstico e tratamento hospitalar. Em Portugal, o rastreio populacional começou em 1990, pelas mãos da Liga Portuguesa Contra o Cancro e é feito entre os vários concelhos do país, com recurso a Unidades Móveis de Mamografia equipadas com sistemas de mamografia digital de última geração, que se deslocam de forma itinerante.

Alargamento quer rastrear cerca de 1,5 milhões de mulheres em três anos

A LPCC, em colaboração com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e a Administração Central do Sistema de Saúde, I.P., inicia agora a implementação gradual deste alargamento, convidando as mulheres elegíveis através de cartas e SMS. A expetativa é conseguir rastrear cerca de 1,5 milhões de mulheres em três anos, alcançando uma taxa de participação de 70%.

As mulheres do grupo etário 45-74 anos são convidadas, por carta-convite, contacto telefónico e/ou SMS, a efetuar o exame de rastreio, sendo indicado o local, data e hora em que deve comparecer. O atendimento é realizado por ordem de chegada para a hora marcada. A Liga Portuguesa contra o Cancro assegura a repetição do Rastreio no intervalo de 2 anos.

Com esta mudança, todas as mulheres a partir dos 45 anos, inscritas nos centros de saúde, terão acesso gratuito a mamografias, facilitando a deteção precoce da doença. “As recomendações que tivemos até agora (rastreio para mulheres entre os 50 e os 70 anos) resultaram de estudos feitos nos anos setenta e oitenta, alguns até anteriores”, lembra José Luís Passos Coelho, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia. Nesse sentido, é preciso olhar para a realidade e contexto atuais, concordam os peritos, considerando este alargamento do rastreio a pessoas mais jovens um passo acertado.

Prevenir através da implementação de estilos de vida saudáveis também é fulcral, segundo os especialistas: ter uma dieta adequada, não fumar, não beber álcool em excesso, fazer exercício físico são algumas das medidas que os portugueses devem adotar, não só para prevenir este tipo de cancro, mas grande parte das doenças oncológicas.

No vídeo abaixo, Gabriela Sousa, oncologista no IPO de Coimbra, desvenda alguns dos contornos associados ao cancro da mama, assim como a importância de realizar rastreio para que a doença - que é o cancro com maior incidência nas mulheres, em todo o mundo - se possa detetar precocemente.