O Presidente russo, Vladimir Putin, cujo país invadiu a Ucrânia em 2022, propôs-se organizar um encontro bilateral com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Moscovo, num telefonema com Donald Trump, indicaram esta terça-feira fontes próximas.

“Putin mencionou Moscovo” durante o telefonema de segunda-feira, disse uma das fontes citadas pela agência de notícias francesa France-Presse.

O Presidente ucraniano, que na altura se encontrava na Casa Branca com dirigentes europeus, “respondeu ‘não’”, segundo a mesma fonte.

A notícia sobre a sugestão de Putin surge depois da Suíça ter-se posicionado como uma possível localização para um encontro entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, 'oferecendo' imunidade ao Presidente russo, atualmente acusado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, caso este se desloque ao país para uma reunião com o Presidente da Ucrânia para procurar atingir um acordo de paz.

A informação surge depois de Emmanuel Macron ter sugerido, após o encontro com líderes mundiais em Washington D.C., que Genebra, com a sua história como palco neutro para encontros diplomáticos, seria uma opção.

O Estado suíço, por ser signatário do Estatuto de Roma, está obrigado a deter Putin na sua chegada ao país. Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça, Ignazio Cassis, disse esta segunda-feira, à televisão pública SRF, que o estatuto especial de Genebra como sede das Nações Unidas na Europa podia permitir um contorno das regras do tratado que estabelece o Tribunal Penal Internacional.

Esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse que um eventual encontro entre Vladimir Putin e o homólogo ucraniano deve ser preparado "com muito cuidado" e salvaguardando os interesses de Moscovo.

As declarações de Serguei Lavrov foram transmitidas pela estação de televisão russa Rossiya 24, depois de Putin ter concordado, "em princípio", com a realização de um encontro bilateral com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, dentro de duas semanas.

Lavrov disse ainda que qualquer "futuro acordo de paz na Ucrânia" deve ter em conta os "interesses de segurança" da Rússia. Na segunda-feira, Zelensky encontrou-se com o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, em Washington.

"Sem respeitar os interesses de segurança da Rússia, sem respeitar plenamente os direitos dos russos e dos russófonos que vivem na Ucrânia, não há como falar de um acordo de longo prazo", disse Lavrov à estação de televisão russa.