A informação foi avançada pela agência France Press que cita fontes próximas do processo que levará a um encontro entre os presidentes russo e ucraniano.

Quando esta segunda-feira, o Presidente Trump interrompeu o encontro com Zelensky e os líderes europeus e da Nato para telefonar a Putin, este último mostrou-se não só disponível para um encontro a dois com o homólogo ucraniano como terá proposto que acontecesse em Moscovo, na Rússia.

“Putin mencionou Moscovo” durante o telefonema com o Presidente norte-americano que, segundo as mesmas fontes, Zelensky terá respondido com um “não”.

Já esta terça-feira, a Suíça mostrou-se disponível para ser o palco da conferência de paz e prometeu até “oferecer a imunidade” a Vladimir Putin.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Guerra dura há quase quatro anos

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com 'drones' (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

No plano diplomático, após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kiev, realizou-se a 15 de agosto uma cimeira no Alasca entre Trump e Putin sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados.

A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões -- Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.