O empregado de mesa António Roque é o cabeça de lista do PTP à Câmara Municipal de Machico, na Madeira, nas eleições de 12 de outubro, onde o partido se assume como fator de resistência ao PSD.

"O concelho de Machico sempre foi um exemplo de resistência à hegemonia do PSD. Teremos de ser corajosos novamente", disse o candidato, em comunicado enviado a agência Lusa.

A região autónoma é governada pelo PSD desde 1976, mas a Câmara Municipal de Machico, município localizado na zona leste da Madeira, é liderada pelo Partido Socialista desde 2013, sendo que o atual presidente, Ricardo Franco, não pode agora recandidatar-se porque atingiu o limite de mandatos.

O programa eleitoral do Partido Trabalhista Português para Machico prioriza setores como habitação, saúde, turismo e agricultura, apontando várias propostas para resolver os problemas mais prementes.

No caso da habitação, António Roque defende, entre outras medidas, a alocação de bolsas de material de construção aos munícipes, para evitar os intermediários, e o apoio à constituição de cooperativas sociais de responsabilidade partilhada.

O candidato, que tem 36 anos (nasceu em 23 de fevereiro de 1989) e é militante do PTP há 10 anos, propõe, por outro lado, a redução das taxas municipais e o reforço dos apoios na área social, nomeadamente ao nível da rede de cuidadores informais e auxílio às famílias de baixos rendimentos.

No setor primário, António Roque defende a criação da 'marca Machico', à semelhança da 'marca Madeira', albergando todos os produtos agrícolas do concelho, bem como o pescado e o artesanato.

"A agricultura no concelho é maioritariamente micro, mini e de subsistência", alertou, vincando que a autarquia deve, por isso, "dar apoio e formação ao agricultor e pequenas ferramentas, como motoenxadas" e avançar com "incentivos à agricultura biológica e às novas técnicas de produção", melhorando também as acessibilidades aos terrenos agrícolas.

Outra das propostas da candidatura do PTP é no sentido de a Câmara Municipal negociar com os governos regional e da República a isenção de impostos para os "pequenos agricultores" e "agricultores subsistência" sobre a venda de excedentes.

Em relação ao setor do turismo, o candidato trabalhista quer reforçar a aposta no ecoturismo e no turismo azul, através de eventos desportivos e culturais, bem como apoiar a investigação marinha.

Apostar na promoção e divulgação da paisagem das zonas altas de Machico é outra das propostas de António Roque, que é natural e residente no concelho.

Quanto à gestão autárquica, o PTP quer, entre outros aspetos, reformular o Plano Diretor Municipal e reorganizar os serviços camarários para um "atendimento mais eficaz aos munícipes", criando também melhores condições laborais para os funcionários camarários.

No concelho de Machico, além do candidato do PTP, concorrem Pedro Carvalho (CDU), Luís Ferreira (PSD/CDS-PP), Basílio Santos (JPP), Hugo Marques (PS), Duarte Aveiro (Chega) e António Nóbrega (IL).

O atual executivo camarário é composto por quatro vereadores do PS e três do PSD/CDS-PP.

O município tem 44.816 habitantes, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2024, e é constituído por cinco freguesias: Água de Pena, Machico, Caniçal, Porto da Cruz e Santo António da Serra.

Nas últimas autárquicas, em 26 de setembro de 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu em três dos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira: Funchal, São Vicente e Porto Santo.

O PSD, isolado, venceu em Câmara de Lobos e Calheta, enquanto o CDS-PP ganhou sozinho em Santana.

O PS conquistou a maioria Porto Moniz, Machico e Ponta do Sol, enquanto o JPP manteve a presidência em Santa Cruz.

Na Ribeira Brava venceu o movimento Ribeira Brava Em Primeiro, com uma lista que recebeu o apoio de sociais-democratas e centristas.