O PS vai chamar a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ao Parlamento. Os socialistas querem que a governante explique as recentes demissões das administrações de três unidades locais de saúde (ULS). O grupo parlamentar do PS acredita que as mudanças têm motivações políticas.
Em causa está o afastamento, em menos de 24 horas,das administrações das ULS de Leiria, da Lezíria e do Alto Alentejo.
“A política de saúde deste governo tem sido demitir, exonerar e substituir”, acusam os deputados socialistas, num comunicado divulgado esta segunda-feira.
O PS afirma que os profissionais de saúde estão a enfrentar “um período crítico de resposta aos utentes nas urgências”, mas que o Governo está mais focado em fazer exonerações do que em encontrar soluções para os utentes.
“É precisamente neste contexto, que o Governo enceta uma mudança de cadeiras, que só pode ter como motivo a gestão partidária e pouco transparente dos cargos de responsabilidade pública” , sustenta o grupo parlamentar do PS .
"Perigo de politização de cargos técnicos"
Os deputados sustentam que as substituições têm sido vistas como injustas pela Associação dos Administradores Hospitalares e insistem no “perigo da politização” de cargos técnicos.
Falando numa“total incapacidade”do Governo para“cumprir o que prometeu aos portugueses”, os socialistas afirmam que, já no verão, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não foi capaz de responder às populações, após a demissão do anterior diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.
Agora, perante esta nova onda de exonerações, os socialistas pedem que a ministra Ana Paula Martins vá ao Parlamento prestar esclarecimentos.
OGoverno demitiu, nos últimos dias, as administrações das unidades locais de saúde da Lezíria, do Alto Alentejo e de Leiria, não tendo sido apresentado qualquer tipo de motivo de ordem técnica ou de gestão que justificasse a decisão. As demissões têm efeito a partir de dia 1 de janeiro.
No caso da ULS da Lezíria, a equipa agora demitida será substituída por uma nova administração, liderada por Pedro Marques, antigo vereador do PSD.
Já na ULS do Alto Alentejo, a administração será liderada por Miguel Lopes, atual secretário-geral da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
Quanto à ULS de Leiria, deverá ser chefiada por Manuel Carvalho, que até há pouco coordenava a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santiago, nos Marrazes, no concelho de Leiria.