
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas deu entrada, hoje, no tribunal, a uma providência cautelar com o intuito de travar os serviços mínimos decretados pelo Governo Regional, referentes à greve no Centro de Abate da Região Autónoma da Madeira (CARAM).
Os trabalhadores reuniram-se, esta manhã, à porta do CARAM, dando início a uma greve que se estende até ao dia 22 de Agosto. “Se não fossem os serviços mínimos, a adesão à greve era perto dos 80% ou mais”, afirma ao DIÁRIO Nelson Pereira. “Dos trabalhadores da linha de abate, distribuição,… quase todos faziam greve”, assume.
O sindicalista indica que os serviços mínimos é que travaram uma maior adesão à greve, mas que o sindicato interpôs a providência cautelar pois entende que, de acordo com a lei, esta não é uma empresa que justifique que se decretem serviços mínimos. “Não estamos a falar de um hospital”, atira Nelson Pereira.
Os trabalhadores do CARAM reivindicam a actualização da tabela salarial, bem como a alteração do subsídio de risco para 20% para todos os trabalhadores, o aumento do subsídio de alimentação para 10,50 euros por dia e ainda a atribuição de subsídio de frio.
O Governo Regional, através das Secretarias Regionais da Agricultura e Pescas, e Inclusão, Trabalho e Juventude, decidiu estabelecer meios humanos necessários para assegurar os serviços mínimos. A justificação é a de que “o CARAM - Centro de Abate da Região Autónoma da Madeira é a única entidade na Região Autónoma da Madeira que assegura as atribuições de interesse público relativas ao abate de animais domésticos, das espécies bovino, suíno, ovino, caprino, equídeo e conídeo e respetivas atividades complementares e/ou acessórias, designadamente a recolha de animais vivos e a distribuição da carne”.
“O executivo regional entende que a paralisação total do único centro de abate existente na Região Autónoma da Madeira, durante um período seguido de doze dias, é suscetível de potenciar o abate informal e clandestino de animais para consumo humano, comprometendo a saúde pública e a proteção animal”, indicou o Governo Regional, em comunicado, na passada quinta-feira.