A Comissão de Solidariedade do Reino Unido, regulador britânico de instituições de caridade, absolveu o príncipe Harry das acusações de assédio e intimidação de que estava a ser alvo por parte de Sophie Chandauka, presidente da ONG Sentebale.

Nas suas conclusões, o regulador afirmou não ter encontrado "nenhuma evidência" de "assédio ou intimidação generalizada ou sistémica" ou de "misoginia" dentro de Sentebale, associação que o filho mais novo do rei Carlos III fundou em 2006, em África, juntamente com o príncipe Seeiso do Lesoto.

Apesar da absolvição, a comissão considerou que houve falhas de "todas as partes" envolvidas na gestão da instituição de caridade e que "a incapacidade dos administradores resolverem disputas internamente teve sérias repercussões na reputação" da associação.

A Comissão de Solidariedade apontou ainda "fragilidades de governança" dentro da Sentebale e "falta de clareza" nas responsabilidades de cada um que tem "favorecido o surgimento de mal-entendidos".

Perante as conclusões, o regulador enviou à ONG um plano para que a associação possa resolver os problemas internos e pediu esclarecimentos "por escrito" sobre o papel desempenhado por Harry e o príncipe Seeiso do Lesoto, que renunciaram ao cargo de cofundadores e patronos da organização de caridade no final de março.

Presidente da ONG acusou Harry de "intimidação"

No dia 30 de março, em entrevista à à Sky News, Sophie Chandauka atacou o príncipe, acusando-o de fazer de tudo para que abandonasse o cargo de dirigente.

"O que o príncipe Harry queria era expulsar-me e isso durou meses. Durou meses, sob a forma de intimidação, assédio", disse, garantindo que "tem provas disso".

O canal tentou contactar o príncipe, mas sem sucesso.

Acusada de má gestão denuncia cultura de silêncio

De acordo com Chandauka, que foi acusada de má gestão por parte do conselho de administração, havia uma cultura de silêncio, com alguns membros a rejeitarem pronunciarem-se contra o duque de Sussex.

Chandauka relatou uma situação em que o príncipe Harry levou uma equipa de filmagem da Netflix - com quem diz que assinou um contrato muito lucrativo - para arrecadar fundos para a instituição em 2024, durante uma partida de polo.

As imagens, que correram o mundo, mostraram uma cena entre o patrono da organização e a duquesa de Sussex, Meghan, queriam segurar o troféu no palco.

Depois deste evento, Sophie Chandauka alega que Harry pediu "para fazer algum tipo de declaração de apoio à duquesa".

O ex-presidente do conselho, Kelello Lerotholi, no entanto, negou ter testemunhado tal pedido do príncipe Harry.

"Posso dizer honestamente que nas reuniões a que assisti, nunca houve o menor indício disso", disse.