"Os valores de paz e reconciliação, plasmados no Acordo de Maputo, continuam a ser centrais para os interesses nacionais de Moçambique e para um futuro próspero", declarou Filipe Nyusi durante o encerramento do 11.º curso do Estado maior Conjunto e o 13.º curso de Promoção Oficial Supremo.
O Acordo de Maputo, oficialmente designado de Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, foi assinado pelo Governo e pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em 2019, visando colocar fim a um ciclo de instabilidade no país.
"Como nação, conseguimos superar desafios e temos de continuar nesta senda, mas devemo-nos recordar que, em cada momento que nosso empenho pela paz for colocado à prova, a nossa resiliência cresce e saímos mais reforçados", afirmou o chefe de Estado, referindo que Moçambique tem partilhado, inclusive, a sua experiência na abordagem e construção da paz nas Nações Unidas.
"Em momentos atribulados e de desafios, a unidade torna-se não só importante, mas essencial. O nosso futuro, a nossa nação, as nossas famílias, os nossos filhos chamam por cada um de nós para dar mais um passo em frente com dedicação e esperança", defendeu.
Ainda na sua intervenção, Filipe Nyusi anunciou que mais de 73% dos beneficiários do processo de Desamamento, Desmobilização e Reconciliação (DDR) dos ex-guerrilheiros da Renamo já começaram a receber as suas pensões.
Na sequência do DDR foram recebidos no Ministério dos Combatentes 4.215 processos, tendo 3.930 recebidos com visto do Tribunal Administrativo, o que corresponde a 81% dos beneficiários. Deste número, 3.808 beneficiários do DDR já estão a receber pensões nas suas contas bancárias, assegurou o Presidente de Moçambique.
A Lusa noticiou que o Presidente moçambicano admitiu em 04 de outubro que a reintegração social dos guerrilheiros da Renamo, principal partido da oposição, tem sido "complexa", mas considerou que a aplicação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional está a ser um sucesso.
"A reintegração é um processo que continua por se revelar complexa", declarou Filipe Nyusi, falando por ocasião do Dia da Paz, que assinala o fim de 16 anos de guerra civil moçambicana.
O DDR é resultado do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em 06 de agosto de 2019 entre o Governo moçambicano e a Renamo, na sequência de vários ciclos de violência armada que se seguiram à contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.
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