Sergio Mattarella falava no encerramento da 18.ª cimeira Cotec Europa, no Convento de São Francisco, em Coimbra, em que também discursaram o Rei de Espanha, Felipe VI, e o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na sua intervenção, o Presidente de Itália realçou o tema deste encontro, "Apelo à ação", e afirmou que "é de facto urgente, diria prioritário, que a Europa aja, porque ficar parada já não é uma opção".

Mattarella disse que "os riscos da imobilidade estão bem identificados tanto no Relatório Draghi como no Relatório Letta", elaborados pelos antigos primeiros-ministros italianos Mario Draghi, presente nesta cimeira em Coimbra, e Enrico Letta.

A seguir, o Presidente de Itália destacou "a defesa comum europeia" entre as "medidas eficazes e ao mesmo tempo ambiciosas" necessárias para "evitar tais ricos".

No seu entender, a defesa comum é uma matéria que, "na sua relevância e urgência, exemplifica bem as consequências da inação e da relutância injustificada em prosseguir o caminho da integração".

Mattarella referiu que "os estados-membros discutem esta questão há mais de setenta anos" e questionou "qual seria a condição da União hoje, dado o contexto geopolítico alterado" se tivesse já dado "este salto político qualitativo no processo de integração".

"Hoje estamos atrasados, a correr atrás dos acontecimentos e, consequentemente, devemos sentir a sua urgência", acrescentou.

Para Mattarella, "as iniciativas lançadas nesta área pela Comissão Europeia são um primeiro passo fundamental e demonstram plena consciência do que está em causa".

No seu discurso, o Presidente de Itália defendeu também que "há bastante espaço para melhorias" no Mercado Único Europeu.

"O Relatório Letta apresentou propostas válidas para alargar o mercado único a setores que dele foram excluídos no passado. Entre elas, as finanças, a energia, as telecomunicações. Mas também, e este é um aspeto fundamental, a investigação, a inovação e a educação", apontou.

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