O primeiro-ministro húngaro voltou a insistir hoje que a Ucrânia não vai aderir à União Europeia (UE), afirmando que a sua opinião é a mesma de outros países, sem citar exemplos, que se opõem a tal expansão.

"A integração [da Ucrânia] não se tornará realidade", declarou Viktor Orbán no seu discurso de sexta-feira na rádio pública Kossuth, sublinhando que a recusa do seu Governo, o principal aliado da Rússia na União Europeia, não pode ser ignorada.

"A Ucrânia não será admitida contra a vontade dos europeus", afirmou Orbán.

A ministra dinamarquesa para os Assuntos Europeus, Marie Bjerre, cujo país ocupa a presidência da UE, alertou na quinta-feira que, se não houver progressos na expansão da UE, existe o risco de "perder" alguns dos países candidatos.

Bjerre descreveu a perspetiva de adesão à UE como "muito importante para a luta dos ucranianos pela liberdade" e que é também importante para a Moldova.

Orbán recordou que 95% dos húngaros que participaram num referendo recente rejeitaram a integração da Ucrânia na UE. Entretanto, apenas 25% dos húngaros com direito de voto participaram neste referendo não vinculativo.

O primeiro-ministro húngaro voltou a defender que a adesão da Ucrânia arruinaria a economia da UE e que, com a integração do país vizinho, "a UE importaria a guerra".

O Governo de Orbán recusa-se a fornecer armas e apoio militar à Ucrânia e critica o apoio financeiro da UE a Kiev, ao mesmo tempo que acusa os seus parceiros da UE de serem belicistas por apoiarem o país vizinho, que foi invadido pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.