
"Ainda ontem [sábado] assistimos a um líder da AD que está mais preocupado em se aproximar do Chega e em se dirigir ao Chega. Eu queria dizer-vos que o número que a AD e que o Governo tem feito à volta da imigração tem como único objetivo disputar com o Chega, aproximarem-se do chega porque na realidade não há nenhuma diferença do ponto de vista da política e das notificações para abandono voluntário este ano, têm sido prática ao longo dos últimos anos", afirmou Pedro Nuno Santos, no início de uma ação de contacto de rua com a população de Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, confirmou no sábado que a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) vai começar a notificar 4.574 cidadãos estrangeiros, na próxima semana, para abandonarem o país voluntariamente em 20 dias.
"A lei é obviamente para cumprir por todos e quando a lei não é cumprida há notificações para abandono voluntário. Em 2019, por exemplo foram mais do que os 4.500 que soubemos agora, desse ponto de vista não há diferença", apontou Pedro Nuno Santos.
A diferença, realçou o líder do PS, é que "desta vez temos um primeiro-ministro que diz que há pessoas que tem de ser expulsas do território nacional, diz isso a sorrir e ainda pede ao Chega para elogiar a sua política".
"É verdadeiramente a única diferença e nesse caso há uma 'trumpização' de Luís Montenegro", afirmou, referindo-se às políticas do presidente norte-americano Donald Trump.
Questionado sobre se receia que a AD consiga alcançar uma maioria nestas eleições com a Iniciativa Liberal (IL), Pedro Nuno Santos respondeu não ter "nenhum receio aliás que a AD ganhe estas eleições".
"E não tenho porque nós temos neste momento alguém a liderar o Governo que já mostrou que não é sério, temos um Governo que sistematicamente engana os portugueses e que mostrou ao longo do último ano que é incompetente para resolver os maiores problemas dos portugueses", frisou.
E, por isso, considerou que "não há de facto nenhuma razão para que a AD sequer consiga pensar em ganhar eleições" e frisou que o que o PS "quer fazer ao longo destas duas semanas é apresentar-se como uma mudança segura".
Neste dia em que arranca a inscrição para o voto antecipado, o líder do PS disse que vai votar no dia 18 de maio e apelou a que o máximo de portugueses participe neste ato eleitoral.
"Nós precisamos que as pessoas celebrem a democracia participando e votando, porque é no voto que está a possibilidade de fazermos uma mudança segura", frisou, repetindo que o PS não desejou estas eleições que foram provocadas por um "ainda primeiro-ministro que tendo-se sentido acossado decidiu atirar o país para eleições".
Pedro Nuno Santos começou o primeiro dia oficial de campanha eleitoral em Ponte de Lima, onde esteve acompanhado pela cabeça de lista do PS pelo distrito de Viana do Castelo, Marina Gonçalves, e onde foi recebido em festa, ao som de concertinas e castanholas.
PLI // PSC
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