"Nós estamos a viver numa democracia e queremos que os processos sejam limpos, não como está a acontecer aqui em São Vicente: de sexta para domingo, foi um pandemónio", afirmou o presidente da UCID, João Santos Luís, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).

"Isso não pode acontecer e as autoridades devem estar cientes para se prepararem e evitar esses tipos de situações", lamentou.

O líder da UCID relatou que o partido conseguiu identificar diretamente compra de votos na zona de Campim, naquela ilha e criticou a falta de fiscalização, argumentando que a estrutura atual não permite prevenir ilícitos de forma eficaz.

Segundo o presidente do partido, houve ainda pessoas a oferecer dinheiro para que outros não votassem e distribuição de brindes ao longo do fim de semana.

"Queríamos que as eleições fossem realizadas de uma forme livre e justa, mas, do nosso ponto de vista, com estas atitudes do próprio partido no poder [MpD, Movimento para Democracia], não foram, pelo menos em São Vicente", sustentou.

As denúncias de irregularidades ecoaram em declarações do Presidente da República, José Maria Neves, que defendeu, na segunda-feira, a necessidade de uma investigação aprofundada sobre alegações de compra de votos e distribuição de dinheiro por diferentes candidaturas e partidos.

"Eu penso que há muitas queixas de diferentes candidaturas relativamente a essa questão, à distribuição de dinheiro, compra de bilhetes de identidade e são de todos os partidos, dos diferentes grupos de cidadãos", referiu.

Os resultados provisórios apontam para uma vitória do Movimento para a Democracia (MpD) em São Vicente, mas em minoria.

No arquipélago, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) conquistou 15 das 22 câmaras municipais, revertendo o panorama de há quatro anos, quando o MpD liderava em 14 municípios. 

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