O Livre anunciou, esta segunda-feira, que vai votar contra, na generalidade, o a proposta de Orçamento do Estado para 2025. O partido justifica a decisão classificando o Orçamento como “mau” e as negociações que levaram ao mesmo como uma “telenovela”. Ressalva, apesar de tudo, que vai tentar “melhorar” o documento na discussão na especialidade.

O anúncio do voto contra surge depois de a decisão ter sido confirmada, por unanimidade, na última noite, em reunião na assembleia do partido.

“Depois da análise inicial negativa, indicada pelo Grupo Parlamentar do LIVRE, a Assembleia do LIVRE deliberou também a indicação de voto contra por unanimidade”, adianta o partido, em comunicado.

Em termos de conteúdo, o Livre considera que a proposta do Governo se pauta por um “agravamento das desigualdades”, "medidas de injustiça fiscal”, "ausência de respostas à crise ecológica e à emergência na habitação”, "privatização encapotada do Serviço Nacional de Saúde” e pela “pouca valorização da escola pública”.

Negociações "rocambolesas" e o 'roubo' do passe ferroviário

Já no que toca às negociações até à apresentação deste documento, o partido classifica-as como “péssimas”, afirmando que decorreram “em completo registo de telenovela”.

“Não era possível construir um Orçamento que desse resposta aos problemas dos nossos concidadãos com um processo negocial tão rocambolesco”, critica o Livre.

O partido queixa-se de que o Governo se apropriou da proposta do Livre para o Passe Ferroviário Nacional - “sem qualquer negociação ou aviso” e lamenta que o Executivo não tenha respondido às outras propostas levadas pelo Livre a várias reuniões com o Executivo, como “a Herança Social, o aumento substancial do abono de família, o reforço do Programa 3C - Casa, Conforto e Clima e o alargamento do Projeto Piloto da Semana de 4 Dias”.

O Livre sublinha, por isso, que vai votar contra o Orçamento do Estado na generalidade, ressalvando, ainda assim, que pretende empenhar-se em “construir os consensos parlamentares necessários” para “melhorar” o documento na especialidade, antes da votação final.

A líder parlamentar do partido, Isabel Mendes Lopes, acrescentou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, que, com as propostas de alteração, na votação final global do Orçamento do Estado, o documento pode já ser "bastante diferente" do que era a proposta inicial do Governo, pelo que não adianta, desde já, qual será o sentido de voto do Livre nessa fase.

[Notícia atualizada às 17h52]