O FC Porto repudiou esta quinta-feira o plano dos arguidos da Operação Pretoriano, que condenou Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões, a três anos e nove meses de prisão, para condicionar sócios numa Assembleia Geral (AG) do clube.

"O FC Porto regista a decisão judicial que foi proferida na Operação Pretoriano, que condenou os atos de violência perpetrados contra sócios do clube na AG realizada em 13 de novembro de 2023. Nos termos da mesma, resultou provada a existência de um plano previamente delineado para condicionar a liberdade associativa, o que jamais pode ser aceite pelo FC Porto", reconheceram os órgãos sociais 'azuis e brancos', em comunicado.

Fernando Madureira foi condenado a três anos e nove meses de prisão efetiva e à pena acessória de dois anos e seis meses de inibição de entrada em recintos desportivos, no âmbito da Operação Pretoriano, relacionada com os incidentes na AG do FC Porto de novembro de 2023.

O antigo líder da claque Super Dragões foi o único dos 12 arguidos a receber uma pena efetiva, uma vez que o tribunal considerou que se mantêm os pressupostos que o levaram a aguardar o desfecho do processo em prisão preventiva, desde 07 de fevereiro de 2024.

"É dever do FC Porto assegurar aos seus sócios as condições para que todos possam ter voz e participar livre e esclarecidamente na sua vida associativa", acrescentou o FC Porto.

Já a mulher do ex-líder dos Super Dragões, Sandra Madureira, foi condenada a dois anos e oito meses de prisão com pena suspensa, sofrendo a mesma proibição de frequentar recintos desportivos, por um período de seis meses.

Tribunal fala em “plano criminoso”

O coletivo de juízes do Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, deu como provada a existência de um "plano criminoso" para "criar um clima de intimidação e medo" na AG, na qual ocorreram confrontos e agressões, para garantir a aprovação da proposta de alteração dos estatutos do clube, do "interesse da direção" então liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa.

A decisão é passível de recurso, pelo que a defesa de Fernando Madureira, o único dos condenados que ficará privado da liberdade, poderá avançar por essa via.

Fernando Saul, antigo oficial de ligação aos adeptos do FC Porto e 'speaker' do Estádio do Dragão, assim como José Dias, foram os únicos arguidos ilibados de todos os crimes.

Vítor Catão, adepto portista, sairá da prisão domiciliária, tendo sido condenado três anos e seis meses de prisão, para além de um ano e meio de interdição de entrada em recintos desportivos, sendo o único a quem foi atribuído o crime de atentado à liberdade de imprensa.

Hugo Carneiro, apelidado de 'Polaco', enfrentou dois anos e nove meses de prisão e Hugo Loureiro, mais conhecido por 'Fanfas' e condenado também por um crime de detenção de arma proibida durante as buscas domiciliárias, foi condenado a quatro anos e um mês.

Entre os 10 arguidos condenados, Vítor Aleixo viu ser-lhe atribuída uma pena de prisão com a duração de dois anos e 10 meses, enquanto o filho, do mesmo nome, foi condenado a três anos e três meses.