
O grupo extremista Hamas divulgou, este sábado, um vídeo do refém israelita Evyatar David, visto pela última vez em fevereiro, visivelmente debilitado.
No vídeo, apresentado com a frase "Eles comem o que nós comemos", aparecem imagens de crianças subnutridas em Gaza, alternadas com as de David, que se encontra fechado no que aparenta ser um túnel, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
"O Governo de ocupação decidiu matá-los à fome", escreveu a brigada Al Qassam, braço armado do Hamas, na rede social Telegram, onde divulgou o vídeo.
As últimas imagens de Evyatar David tinham sido divulgadas no final de fevereiro.
Este foi o segundo vídeo que as milícias de Gaza publicaram nos últimos dias. Na quinta-feira, a Jihad Islâmica Palestiniana partilhou um vídeo onde aparece refém Rom Braslavski em lágrimas, exigindo que Israel permita a entrada de alimentos.
Evyatar David e Rom Braslavski, ambos de 24 anos, foram raptados num festival de música, no ataque do Hamas 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
Numa ação de protesto levada a cabo este sábado, em Telavive, várias famílias de reféns apelaram ao cessar-fogo em Gaza e ao regresso dos entres-queridos que permanecem em Gaza.
Entre os presentes esteve a mãe de Rom Braslavski, que afirmou que os reféns israelitas estão a viver um "novo holocausto".
"666 dias em que os 50 reféns ainda estão em Gaza. Nos últimos dois dias, vimos os difíceis vídeos dos nossos queridos Rom ( Braslavski ) e Evyatar (David) que ainda estão em cativeiro. Os nossos filhos estão a viver um Holocausto. O "Nunca Mais" está a acontecer neste momento ao meu Matan e ao resto dos reféns. Eles não sobreviverão por muito mais tempo. Já poderiam estar todos em casa, se o acordo anterior não tivesse caído por causa da política".
O enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Médio Oriente encontrou-se hoje de manhã, em Telavive, com familiares de reféns israelitas na Faixa de Gaza, anunciou um dos representantes das famílias.
"Steve Witkoff está atualmente a reunir-se com as famílias dos reféns", disse um membro do Fórum das Famílias de Reféns, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Centenas de pessoas, algumas vestidas de preto e segurando fotografias dos entes queridos, manifestaram-se hoje na 'praça dos reféns', em Telavive, que é agora um ponto de encontro das famílias dos sequestrados e manifestantes que exigem o fim das hostilidades.
Com Lusa