A cidade de Machico volta a recuar ao passado com mais uma edição do Mercado Quinhentista, que decorre nos dias 6, 7 e 8 de Junho. Este ano o tema é 'O Saber nas Mãos', numa homenagem aos ofícios tradicionais.

Com 76 entidades envolvidas, o evento contará com momentos de recriação histórica, venda de artesanato, gastronomia, música, dança, jogos de época e actividades interactivas. A organização antecipa milhares de visitantes ao longo dos três dias, consolidando o evento como uma referência cultural da Madeira.

Nesta edição, são 52 grupos e projectos de animação que irão actuar pelos vários palcos do certame, sendo que 9 grupos profissionais vêm de fora, entre os quais um de Espanha, dos Açores e um dançarino egípcio. Além disso, também vão estar envolvidos mais de 1.400 figurantes nos diversos cortejos que marcam este certame.

Na sessão de apresentação, o secretário regional de Turismo, Cultura e Ambiente, Eduardo Jesus, destacou a longevidade e a relevância do evento, que "ganhou mérito pelo envolvimento da escola, da comunidade e da curadoria cuidada que escolhe o tema a cada ano".

Este não é um evento qualquer. A sua evolução nasce do reconhecimento interno da escola e estende-se ao município e à Região. Se há este reconhecimento, é porque o evento tem mérito e é importante fixarmo-nos neste aspecto. (...) As pessoas vêm, repetem, marcam esta data para estar aqui, o que mostra que aqui acontece algo especial. Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura

Sobre o tema deste ano, Eduardo Jesus enalteceu a pertinência. “O ‘saber das mãos’ é um saber experimentado, que nasce da necessidade de fazer com poucos recursos. Isto é engenharia. Isto é o engenho.
Isto é o que fez o povo madeirense chegar até aqui e este tema tem tudo a ver connosco", sublinhou.

Nova edição do Mercado Quinhentista de Machico valoriza ofícios tradicionais
Nova edição do Mercado Quinhentista de Machico valoriza ofícios tradicionais dnoticias.pt

A organização do Mercado Quinhentista também evidenciou a importância de valorizar os saberes tradicionais. O professor Ricardo Caldeira referiu que o evento “tem sido organizado com grande competência e entusiasmo por todos os que nele participam”.

Por sua vez, o directo da Escola Básica e Secundária de Machico, José Maria Dias, destacou ainda a componente educativa e patrimonial do evento. "É essencial reproduzir e transmitir às gerações futuras aquilo que se fazia há séculos, nos tempos do povoamento. O Mercado Quinhentista é uma forma de preservar a nossa história e identidade colectiva", afirmou, reforçando que "enaltecer o Mercado Quinhentista é também valorizar Machico".

Por fim, Ricardo Franco, presidente da Câmara Municipal de Machico, também partilhou da mesma ideia. "Este é um evento que melhor representa o espírito do povo machiquense, a sua cultura, a sua história, a sua resiliência e a sua capacidade de concretizar", concluiu.