O primeiro-ministro israelita acusa o Tribunal Penal Internacional (TPI) de antissemitismo, pelo mandado de captura que emitiu contra ele e contra o antigo ministro da Defesa de Israel. Netanyahu diz ter “nojo” da decisão judicial, que classifica como absurda.

O TPI decidiu, esta quinta-feira, emitir mandados de captura contra o chefe de governo de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-responsável pela pasta da Defesa no governo israelita, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Dei, por suspeitas de crimes de guerra.

Em reação à decisão, o gabinete de Benjamin Netanyahu declarou, em comunicado, que Israel “rejeita, enojado, as ações falsas e absurdas levadas a cabo pelo TPI contra si”.

A nota emitida acrescenta ainda que Netanyahu “não vai ceder à pressão” e que continuará a defender os cidadãos israelitas.

O que diz o TPI?

De acordo com o Tribunal Penal Internacional, os dois governantes israelitas terão utilizado a fome como arma de guerra em Gaza e causado sofrimento profundo a civis, com um número crescente de mortes entre bebés, crianças e mulherespalestinianos.

Já o líder do Hamas é acusado de “extermínio, homicídio, tomada de reféns, violação e outros atos de violência sexual, tortura, tratamento cruel no contexto do cativeiro, ultrajes à dignidade pessoal no contexto do cativeiro e outros atos desumanos”.

A decisão do Tribunal Penal Internacional surge depois de, em maio deste ano, o procurador britânico Karim Khan ter pedido a emissão destes mandados de captura.

O pedido foi avaliado pela Câmara de Pré-Julgamento do TPI, órgão constituído por três representantes - a juíza presidente Iulia Motoc (da Roménia), a juíza Maria del Socorro Flores Liera (do México) e a juíza Reine Alapini-Gansou (do Benim) -, que considerou que há razões suficientes para acreditar que foram cometidos crimes de guerra ou contra a humanidade pelos três suspeitos.