A NATO disse hoje as autoridades lituanas que a organização leva "muito a sério" o incidente que envolveu o drone que voou da Bielorrússia para a Lituânia na semana passada, mostrando-se vigilante.

"O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, falou com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Kestutis Budrys, sobre as recentes violações do espaço aéreo lituano por um drone militar russo. A NATO leva estes incidentes muito a sério. Continuamos vigilantes e prontos para defender cada centímetro do território da NATO", escreveu um porta-voz da Aliança Atlântica nas redes sociais.

Os meios de comunicação lituanos noticiaram na terça-feira que o drone que voou da Bielorrússia para a Lituânia e caiu numa base militar, na semana passada, transportava cerca de dois quilogramas de explosivos.

A emissora pública LRT noticiou que o drone foi avistado a voar da Bielorrússia a 28 de julho, mas só na passada sexta-feira se descobriu que tinha caído num local de treino militar lituano.

Acredita-se que o drone, em forma de delta, tenha sido lançado da Rússia para a Ucrânia.

A aparência faz lembrar os drones Shahed, de fabrico iraniano, utilizados como armas com 50 quilogramas de explosivos na invasão russa da Ucrânia, e os drones Gerbera, utilizados como isco para enganar sistemas antiaéreos.

"O exame do drone mostrou que transportava uma carga explosiva, que foi neutralizada com sucesso no local por especialistas das Forças Armadas da Lituânia", disse a procuradora-geral da Lituânia, Nida Grunskiene.

O drone caiu numa zona militar perto da cidade de Jonava, localizada a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Bielorrússia.

A aeronave não tripulada terá sobrevoado Vilnius e aproximado de Kaunas, a segunda maior cidade do país membro da NATO, na fronteira com a Bielorrússia e a Rússia.

O acidente numa zona militar foi o segundo incidente com drones na Lituânia nas últimas semanas, depois de um outro aparelho ter entrado no espaço aéreo lituano e se ter despenhado perto da fronteira.