"Em Moçambique, raparigas, adolescentes e mulheres jovens representam apenas 10% da população, mas somam quase 30% das novas infeções por VIH", lê-se numa nota daquela organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres, divulgada hoje.

Para a agência da ONU, este dado "alarmante" revela "desigualdades de género profundas", que continuam a colocar mulheres e raparigas em situação de maior vulnerabilidade.

Juntamente com o alerta, a ONU Mulheres reafirma o compromisso de integrar a "perspetiva de género em todas as estratégias de saúde pública, promovendo a liderança parlamentar no combate à epidemia".

"Nenhuma resposta ao VIH é eficaz, se não for também uma resposta pela igualdade", referiu.

Moçambique é o terceiro país com mais pessoas infetadas pelo VIH e o segundo com mais novas infeções de Sida no mundo, sendo "raparigas adolescentes e mulheres jovens" as mais afetadas, segundo um relatório divulgado em 13 de maio no parlamento.

"Moçambique ocupa o terceiro lugar em termos de número de pessoas a viver com HIV no mundo e o segundo lugar em termos de número de novas infeções", é referido no relatório anual do Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao VIH, apresentado na altura na I Sessão Ordinária da Assembleia da República, em Maputo.

De acordo com o documento, Moçambique conta com uma estimativa de 2,3 a 2,6 milhões de pessoas a viver com VIH, incluindo 125.000 a 170.000 crianças, contando com uma prevalência da doença de 12,5% em pessoas com mais de 15 anos, "sendo mais alta nas mulheres (15%) do que nos homens (9,5%) da mesma faixa etária".

Estão entre os grupos mais vulneráveis e afetados pela doença no país "as raparigas adolescentes e mulheres jovens dos 15 aos 24 anos", com cerca de 23 mil novas infeções registadas em 2023, taxa cerca de três vezes maior do que o número de novas infeções nos rapazes e jovens da mesma idade, explica ainda o relatório.

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