
"Em 2025, cerca de 60.000 pessoas já foram forçadas a fugir novamente no norte de Moçambique", refere uma nota divulgada esta terça-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
De acordo com a ACNUR, desde o início do conflito, em 2017, mais de 1,3 milhões de pessoas foram deslocadas, "e o ciclo de deslocamentos continua". Segundo a nota divulgada pelo Alto-Comissariado, "mesmo com números significativos de retornos, a realidade de novos deslocamentos preocupa: o deslocamento forçado está longe de acabar".
As novas movimentações de extremistas no norte de Moçambique incluem Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, onde, desde a sua eclosão a 29 de abril, provocaram pelo menos a morte de dois guardas florestais que foram decapitados.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.