O político moçambicano Venâncio Mondlane revelou esta terça-feira em declarações aos jornalistas que já foi formalizada uma acusação contra si. Está acusado de cinco crimes: apologia pública ao crime, incitamento à desobediência coletiva, instigação pública a um crime, instigação ao terrorismo, incitamento ao terrorismo.

O antigo candidato presidencial foi hoje ouvido pela terceira vez na Procuradoria-Geral da República, em Maputo. Regressou a Moçambique esta segunda-feira depois de algumas semanas na Europa. Mondlane mostrou-se satisfeito com a existência de uma acusação formal, destacando que “os documentos probatórios já podem ser dados a conhecer”.

“O poder judiciário, a Procuradoria, tem sido usada como instrumento de perpetuação de perseguição contra Venâncio Mondlane onde lhe foram instaurados inúmeros processos civis e criminais, as notificações são feitas com frequência para interrogatórios com texto contendo linguagem belicosa”, acusou a figura de proa da oposição durante a leitura de um comunicado, alegando que “tudo está cingido ao facto de Venâncio Mondlane ter protestado contra uma fraude eleitoral inequívoca”.

As eleições presidenciais de outubro em Moçambique deram a vitória a Daniel Chapo, político apoiado pela Frelimo, um resultado que tem sido contestado por Mondlane.