"Neste momento, está-se em fase conclusiva da revisão externa dos livros do ensino primário, processo que antecede à reedição e impressão", disse Carmelita Namashulua, citada hoje pela imprensa moçambicana.

Em causa está o polémico caso de erros, considerados graves, detetados no livro da 6.ª classe do ensino primário, um episódio que mereceu a análise de uma comissão de inquérito que concluiu que houve negligência e falta de profissionalismo na produção dos manuais, responsabilizando departamentos do Ministério da Educação e a Porto Editora.

Segundo a ministra da Educação, a correção do livro está a ser feita por formadores do Instituto de Formação de Professores, docentes universitários e professores do ensino primário, referindo que se espera ter livros em condições em 2023.

"Tudo está a ser feito para que os livros não apresentem erros de conteúdo, metodológicos, científicos e linguísticos", frisou Carmelita Namashulua.

Entre os vários erros detetados no livro, que foi entretanto retirado das escolas, está a localização geográfica de Moçambique, que no livro está localizado na África Oriental e não consta como país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entidade em cuja fundação participou.

Uma outra anomalia considerada grave é a localização de antigas fronteiras do Zimbabué, país que faz fronteira com Moçambique, mas que o livro indica ser banhado pelo Mar Vermelho.

Os equívocos incluem ainda a ilustração com uma foto do parlamento angolano como sendo de Moçambique.

No total, segundo a Inspeção Geral da Administração Pública, 12 relatórios de investigações realizadas pela instituição foram submetidos ao Gabinete Central do Combate à Corrupção, que está atualmente a examinar todos os procedimentos seguidos na produção do livro, nomeadamente a contratação, aquisição, importação, revisão e distribuição do manual.

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