
A Menzies (ex-Groundforce) disse este sábado não ter feito "qualquer acordo, negociação ou concessão" para a retirada do pré-aviso de greve do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) nos aeroportos.
Em causa está um ofício enviado pelo sindicato na quarta-feira à Menzies, e ao qual a Lusa teve acesso, em que era referido que os associados não iriam fazer novamente greve em consequência do "entendimento que houve entre a Comissão Sindical do SIMA e os representantes da empresa no Ministério do Trabalho da Solidariedade e da Segurança Social com os representantes do ministério".
A empresa assistência em terra em aeroportos ('handling') afirmou que, apesar de satisfeita com o cancelamento da paralisação, esse "não foi o resultado de qualquer acordo, negociação ou concessão". A sua posição, acrescentou, "mantém-se inalterada e não houve qualquer alteração nos termos, compromissos ou acordos já em vigor até ao final de 2029".
"A Menzies mantém-se empenhada no diálogo construtivo, conduzido de boa-fé, e no cumprimento dos acordos formalmente negociados e assinados com os nossos parceiros, incluindo o SIMA", pode ler-se num comunicado enviado à Lusa, em que a empresa garante que é "um ótimo lugar para se trabalhar" e que as greves já ocorridas "tiveram um impacto mínimo".
Cancelamento ocorreu depois das greves de julho e agosto
O cancelamento anunciado pelo sindicato na quarta-feira ocorreu depois da realização de greves nos períodos de 25 a 28 de julho e de 8 a 11 de agosto, para exigir o fim de vencimentos base abaixo do salário mínimo, melhores salários e o cumprimento do pagamento de horas noturnas, entre outras reivindicações.
Apesar da suspensão da paralisação, o SIMA enviou no sábado um comunicado a denunciar a "forma inadmissível como a administração da SPdH/Menzies e o CEO [diretor executivo] da TAP conduziram as últimas tentativas de diálogo".
Segundo a estrutura representativa, foi transmitida uma "mensagem de que existia disponibilidade para resolver o conflito laboral", que foi o que "levou o SIMA, em boa-fé, a suspender o pré-aviso de greve e a aceitar reunir-se diretamente com a SPdH/Menzies".
No entanto, indicou, após esta decisão os responsáveis "regressaram ao mesmo discurso vazio, nada será negociado até 2026".
O sindicato reiterou que "continuará a lutar por salários justos, dignos e legais para todos os trabalhadores da SPdH/Menzies".
Além deste fim de semana prolongado, as paralisações estavam agendadas para 22 a 25 de agosto e 29 de agosto a 01 de setembro.