Marques Mendes entrou no Congresso do PSD com o secretário geral do PSD, Hugo Soares. É para já o único dos presidenciáveis a marcar presença em Braga. Questionado sobre as presidenciais, disse que “estamos exatamente no mesmo ponto” e que falará em 2025. “Registei como gesto de simpatia o primeiro-ministro ter falado de mim, mas esta é uma decisão pessoal", afirmou, referindo-se à entrevista em que Luís Montenegro disse que Mendes encaixa no perfil de candidato presidencial que definiu na sua moção a este Congresso.

Aos jornalistas que acompanharam a sua entrada, disse que falará em 2025 para anunciar a sua decisão, seja num sentido seja noutro, e justificou a presença no Congresso com duas razões: “Uma afetiva e outra política”. “Venho aqui especialmente para dar um abraço a Luís Montenegro", disse, porque esta é a sua família política e tem uma dívida de gratidão com o partido.

Contudo, a sua entrada acabou por não entusiasmar o partido. Primeiro, porque não foi devidamente preparada. Depois, porque estava um ministro - Pedro Duarte - no palco a discursar que não convinha interromper. Teve algumas palmas no início da sala, mas acabou por ir discretamente até à primeira fila. E lá ficou, ao lado de Luís Montenegro. Quando a mesa do Congresso anunciou a sua presença na sala , teve um novo aplauso, mas sem que os congressistas mostrassem o entusiamo e o afeto devidos a um candidato presidenciável. Mais palmas teve Santana, sem ser anunciado.

Ainda antes de entrar, Mendes acrescentou nas razões para a sua presença o atual momento político, registando que este novo ciclo não traduz apenas o regresso do PSD ao poder; desde 1995 que o PSD não governava em condições de estabilidade financeira e Luís Montenegro tem vindo a ser a "grande surpresa política deste ano". "Tem governado com enorme responsabilidade e sentido de Estado”, elogiou, referindo os que - à esquerda e à direita - duvidavam das capacidades de Montenegro para governar. O comentador político e conselheiro de Estado considera que têm ficado acima das expectativas.

Para Marques Mendes, que não falará no palco do congresso porque, alegou, não está na vida política ativa, esta semana foi “histórica”: “Estão de parabéns os dois protagonistas, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, porque evitou-se uma crise política.”

O antigo líder social-democrata foi ainda questionado sobre as palavras de Pedro Nuno Santos sobre o Governo estar agora mais isolado do que nunca. Mendes rejeitou a ideia e defendeu que, ao contrário, "tem vindo a alargar a sua base de apoio”.