
A Europa registou em 2025 o mês de março mais quente desde que há registo, segundo o Observatório Copernicus, que responsabiliza as alterações climáticas pelo aumento das temperaturas para níveis sem precedentes. Já a Península Ibérica registou temperaturas mais frias e mais chuva do que o normal para a época do ano.
A nível mundial, o mês passado foi o segundo março mais quente de que há registo no planeta - apenas ultrapassado por março de 2024, de acordo com o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S). Na Europa, o março de 2025 foi considerado o mais quente desde que há registo.
O mês passado deu continuidade a uma série de temperaturas extraordinárias. Ou seja, em 20 dos últimos 21 meses, foi registada uma temperatura média global superior a 1,5 graus em relação à época pré-industrial.
O março de 2025 foi um mês de extremos na Europa. Além das temperaturas elevadas, o continente europeu também registou extremos de chuva intensa e de seca, segundo Samantha Burgess, do serviço C3S.
No mês passado, a Europa registou "em muitas zonas o mês de março mais seco e noutras o mês de março mais chuvoso desde que há registo, pelo menos nos últimos 47 anos", esclareceu Burgess.
Em Portugal o cenário foi diferente
Foi o caso do sul da Europa, em especial na Península Ibérica, que registou não só temperaturas mais frias do que a média, como também condições mais húmidas do que o normal para a época do ano. A Coperninus destacou as várias tempestades que atingiram Portugal e Espanha no último mês.
"A Península Ibérica foi atingida por uma série de tempestades e assistiu a inundações generalizadas.”
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o mês de março de 2025 "classificou-se como muito chuvoso e frio em Portugal Continental".
"Em termos de precipitação registou-se um valor 229.4% acima do normal (período 1990-2020), sendo o quinto mais elevado desde 2000. Em nove estações meteorológicas foram registados extremos da precipitação."
O IPMA adianta ainda que foram registados extremos de vento em 36 estações meteorológicas, com o mais elevado a ser registado na estação meteorológica do Cabo da Roca, com 169.2km/h.
A culpa é das alterações climáticas
Os especialistas responsabilizam as alterações climáticas por estes recordes.
De acordo com o serviço C3S, as alterações climáticas estão a tornar algumas regiões mais secas e a alimentar ondas de calor que podem tornar as secas meteorológicas mais severas.
Mas o aquecimento do planeta também está a exacerbar os episódios de chuva intensa, que podem causar inundações. Isto deve-se ao facto de o ar mais quente conter mais humidade.
Também o gelo marinho do Ártico atingiu a sua extensão mensal mais baixa nos 47 anos de registo por satélite. Os três meses anteriores já tinham estabelecido um mínimo histórico para o mês em causa.