O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta sexta-feira que "seria bom ter Kamala Harris no poder" para "o fortalecimento da democracia", numa entrevista ao canal francês LCI, quatro dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
"Acho que a democracia é o melhor sistema de governo que a humanidade conseguiu construir", afirmou o Presidente brasileiro ao canal francês.
"A democracia é a coisa mais sagrada. Seria bom ter Kamala Harris no poder", acrescentou em outro momento, sem mencionar Donald Trump, candidato republicano que disputa as presidenciais dos Estados Unidos contra a candidata democrata, dias antes da eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para 5 de novembro, e cujas últimas sondagens indicam um empate entre os dois candidatos.
"Lembramo-nos do ataque ao Capitólio", destacou também Lula da Silva, acrescentando que "o ódio está espalhado nos Estados Unidos, mas também na Europa e na América Latina".
Questionado sobre o conflito na Ucrânia, o Presidente brasileiro reiterou que "sempre houve uma oportunidade para construir a paz" e reforçou que acredita no diálogo.
"O problema é que nem [Volodymyr] Zelensky nem [Vladimir] Putin querem sentar-se e discutir o assunto", avaliou Lula da Silva ao ser questionado pelo canal francês sobre o conflito iniciado após a invasão russa ao território da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Lula da Silva também confirmou que nem o líder ucraniano nem o líder russo participarão da cimeira do G20, grupo das vinte maiores economias do mundo, que acontecerá este mês na cidade do Rio de Janeiro.
"Não os convidamos porque não pensamos que o fórum do G20 seja um espaço para isso", declarou o Presidente brasileiro.
Vladimir Putin anunciou em meados de outubro que não pretendia ir ao G20 no Brasil, marcado para 18 e 19 de novembro, para não perturbar a cimeira enquanto estiver sob mandato de julgamento do Tribunal Penal Internacional.
O Brasil assumiu em 1 de dezembro de 2023, e até 30 de novembro deste ano, pela primeira vez, a presidência do G20 sob o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável", com inclusão social e combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e reforma das instituições de governação global como prioridades.
Na sua presidência convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização, assim como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).