O Reino Unido anunciou hoje sanções sobre oito indivíduos e três organizações russas pelo envolvimento na deportação forçada e reeducação de crianças ucranianas para enfraquecer a sua identidade nacional e incutir sentimentos pró-Rússia.

A Fundação Akhmat Kadyrov, que administra programas de reeducação para crianças e adolescentes ucranianos e treinamento militar, bem como a presidente, Aymani Nesievna Kadyrova, mãe do dirigente checheno Ramzan Kadyrov, foram sancionados.

O diretor do "Centro de Programas para Adolescentes", Valery Maiorov, e a vice-diretora do Departamento de Política Estatal no Domínio da Proteção dos Direitos da Criança do Ministério da Educação, Anastasia Pavlovna Akkuratova, são outros responsáveis sancionados.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, informações dos serviços secretos de defesa britânicos indicam que "a Rússia está a levar a cabo uma política de russificação' nos territórios ucranianos ocupados ilegalmente, com o objetivo de erradicar a identidade cultural e a soberania ucranianas".

Mais de 19.500 crianças ucranianas terão sido transferidas à força ou deportadas pelas autoridades russas para a Rússia e para os territórios ucranianos ocupados.

Destas, seis mil crianças terão sido instaladas em campos de reeducação onde é promovida propaganda russa, o patriotismo pró-Rússia e os jovens são preparados para o serviço militar nas forças armadas russas.

O Ministério cita ainda informações da ONU que mostram que a Federação Russa impôs um currículo escolar russo nas escolas dos territórios ucranianos ocupados que "reescreve a história russa e ucraniana, glorifica as ações militares russas e promove a lealdade à Rússia".

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, disse que "apagar à força" a herança cultural das crianças ucranianas "através de mentiras e desinformação é algo que nunca pode ser tolerado".

"A política do Kremlin de deportações forçadas, doutrinação e militarização de crianças ucranianas é desprezível e demonstra a profundidade da imoralidade a que o Presidente Putin está disposto a chegar para apagar a língua, a cultura e a identidade ucranianas", afirmou.