
“Acreditamos que proteger quem cuida da terra, da floresta e do mar é proteger o nosso futuro. A valorização dos pequenos produtores, pescadores artesanais e vigilantes da natureza é essencial para garantir comunidades vivas, resilientes e em harmonia com o planeta,” afirmou, hoje, Marta Sofia, cabeça-de-lista do Livre às Legislativas Nacionais.
O partido diz apresentar-se a este acto eleitoral com "uma proposta clara para o sector primário", que passa por "uma agricultura e uma pesca sustentáveis, justas e adaptadas à crise climática".
A soberania alimentar, a valorização dos pequenos produtores e a preservação dos recursos naturais estão no centro da visão do partido para um país e para a Madeira, tendo em vista "sermos mais resilientes e ecologicamente equilibradas".
Na agricultura, o Livre defende "a transição para um modelo agroecológico, baseado na produção local, na regeneração dos solos e na redução da dependência de químicos". Nesta linha, o partido propõe o reforço do apoio à agricultura familiar e biológica, "com financiamento adequado, medidas de incentivo à instalação de jovens agricultores e a criação de circuitos curtos de comercialização que aproximem produtores e consumidores".
O programa inclui ainda "medidas para proteger os solos agrícolas contra a especulação imobiliária e a expansão desordenada das cidades", bem como a implementação de uma política nacional de gestão de solos férteis, integrada na estratégia climática. O Livre propõe também a promoção de sementes autóctones e a valorização de práticas tradicionais, "aliando inovação tecnológica à sabedoria ancestral".
No sector das pescas, o Livre aposta numa "pesca artesanal e sustentável, que respeite os limites dos ecossistemas marinhos e proteja a biodiversidade". O partido defende, por isso, "o reforço das quotas para a pequena pesca costeira, a valorização das comunidades piscatórias e a promoção de cadeias de distribuição mais justas". Propõe ainda "a criação de mecanismos que incentivem práticas de pesca de baixo impacto e a diversificação económica das zonas costeiras".
A protecção dos oceanos, a fiscalização eficaz das actividades ilegais e a recuperação dos ecossistemas marinhos — em articulação com a expansão das áreas marinhas protegidas — são também apontados como "pilares centrais" da proposta do partido.
O Livre sublinha ainda "a importância da proteção e valorização de ecossistemas terrestres fundamentais, como a floresta Laurissilva, Património Mundial da UNESCO, que desempenha um papel vital na preservação da biodiversidade". Por isso, o partido defende uma "estratégia clara de conservação", que inclua também o reforço dos meios e do reconhecimento do papel dos vigilantes da natureza, "verdadeiros guardiões dos nossos patrimónios naturais".