
Os promotores franceses abriram uma investigação à plataforma australiana Kick devido à morte de um streamer durante uma transmissão ao vivo que durava há mais de 10 dias. O corpo de Raphaël Graven, de 46 anos, também conhecido como Jean Pormanove ou "JP" foi encontrado na semana passada numa residência perto de Nice.
Segundo a BBC, a investigação visa não só investigar se a plataforma transmitiu conscientemente "vídeos de ataques deliberados à integridade pessoal", como determinar se a Kick cumpriu a obrigação de notificar as autoridades policiais sempre que a vida ou a segurança de alguém estiver em risco.
Um porta-voz disse ao canal britânico que a empresa está ciente da investigação e que se encontrava à procura de aconselhamento jurídico. "Continuamos totalmente empenhados em cooperar com as autoridades competentes em qualquer investigação em curso".
A plataforma Kick funciona de forma semelhante à Twitch, onde os utilizadores podem transmitir e interagir em tempo real.
O que se sabe
O streamer terá morrido enquanto dormia. De acordo com os meios de comunicação locais, era vítima de violência e privação do sono. No entanto, a autópsia não revelou sinais de trauma físico nem indicou o envolvimento de terceiros.
Os exames apontam para uma causa de morte de natureza natural, médica ou toxicológica. Raphaël Graven já sofria de problemas cardíacos e encontrava-se a receber tratamento médico devido a um problema de tiroide.
A polícia local apreendeu vários vídeos e entrevistou diversas pessoas que, segundo eles, estavam presentes quando o streamer morreu. As autoridades revelaram que Graven já teria sido interrogado sobre os relatos de violência, mas terá "negado firmemente", argumentando que tudo não passava de uma encenação para "criar agitação" e ganhar dinheiro.