
O presidente da União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, no concelho de Loures, manifestou hoje muita preocupação com os moradores do Bairro do Talude que ficaram sem casa, mas ressalvou que a autarquia "nada pode fazer".
"Muita preocupação, porque nós chamamos casas, mas as barracas não têm condições para viver, mas também entendo a posição da Câmara Municipal de Loures, a quem compete realmente demolir ou mandar demolir aquilo que está ilegal", afirmou à agência Lusa Renato Alves (PS).
Apesar da preocupação com as 55 famílias que ficaram desalojadas no Bairro do Talude Militar, localizado na localidade de Unhos, o autarca socialista explicou que a junta de freguesia nada pode fazer pelas pessoas a não ser reencaminhá-las para respostas sociais.
"As pessoas normalmente vêm aqui à junta e pedem e nós encaminhamos para as assistentes sociais da Câmara. Ou seja, essas pessoas são todas atendidas e depois são encaminhadas para as instituições que têm a competência nessa área para dar alimentos, roupas, acompanhar as crianças às escolas e coisas assim do género", explicou.
Relativamente a esta situação específica, o autarca ressalvou que não houve qualquer pedido de ajuda à junta de freguesia.
Sobre a situação das demolições e da falta de alternativa habitacional, Renato Alves considerou que o problema "terá de ser resolvido a nível nacional" e não municipal.
As autarquias de Loures e Amadora promoveram esta semana operações de demolição de habitações precárias ilegais, desalojando várias famílias nos dois concelhos.
Loures iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64, onde vivem 161 pessoas, no Bairro do Talude Militar.
No primeiro dia foram demolidas 51 construções, tendo a suspensão das operações sido decretada no segundo dia pelo Tribunal Administrativo de Lisboa na sequência de uma providência cautelar interposta por 14 moradores.
Na Amadora, na Estrada Militar da Mina de Água, no antigo bairro de Santa Filomena, está prevista a demolição da totalidade das 22 construções ilegais, onde viviam cerca de 30 adultos e 14 crianças e jovens.