Um juiz federal dos Estados Unidos (EUA) ordenou terça-feira uma reformulação do motor de pesquisa da empresa Google, noticiou hoje a Associated Press (AP).

A decisão de 226 páginas tomada pelo juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, em Washington, D.C., irá provavelmente ter repercussões no panorama tecnológico, segundo a AP.

A decisão surge numa altura em que a indústria está a ser remodelada pelos avanços na inteligência artificial (IA), destacando que "mecanismos de resposta" conversacionais, das empresas de IA, como a ChatGPT e a Perplexity, estão a tentar ficar com a posição da Google, como principal porta de entrada na Internet.

O juiz Amit Mehta está a tentar controlar a Google, impondo novas restrições a algumas das táticas que a empresa utilizou para direcionar o tráfego para o seu motor de pesquisa e outros serviços.

Metha não proibiu os acordos multibilionários que a Google faz há anos para garantir que o seu motor de pesquisa seja o padrão em telemóveis, computadores e outros dispositivos.

Os acordos envolvem pagamentos de mais de 26.000 milhões de dólares anuais (cerca de 22.000 milhões de euros), sendo estes o ponto central do processo `antitrust´ (ação legal ou administrativa para investigar e punir práticas que restringem a concorrência, como um monopólio).

O processo interposto pelo Departamento de Justiça dos EUA tem quase cinco anos.

O juiz rejeitou ainda a tentativa do Departamento de Justiça dos EUA que obrigava a Google a vender o motor de pesquisa Chrome, concluindo que o pedido era ir longe demais.

Metha ordenou à Google que entregasse aos seus atuais e potenciais rivais o segredo do seu motor de pesquisa, ou seja, os dados armazenados a partir de mais mil milhões de consultas que ajudaram a melhorar continuamente a qualidade dos resultados de pesquisa.

Em 2023, Mehta já tinha decidido que a Google tinha violado as leis `antitrust´ em relação ao seu domínio nas pesquisas na internet.

Na decisão de hoje, o juiz reconheceu que "muita coisa mudou" desde o final do processo e, embora a Google continue a ser "a empresa dominante", as tecnologias de IA, especialmente a IA generativa, "podem mudar o jogo".