A candidata independente do Juntos Pelo Povo (JPP) à presidência da Câmara Municipal do Funchal, Fátima Aveiro, assumiu este sábado, 23 de Agosto, que, se a 12 de Outubro a população a eleger para governar a cidade, vai empenhar-se para que o Funchal tenha "pelo menos mais uma cadeia de supermercados, para baixar o preço dos alimentos”.

No decurso de uma acção de pré-campanha no Funchal, desenvolvida precisamente à porta de uma conhecida cadeia de hipermercados, Fátima Aveiro lamentou que “o custo de vida no Funchal, e de um modo geral na Madeira, seja uma profunda dor de cabeça para as famílias", criticando a Câmara do Funchal e o Governo Regional que "evitam falar do grave problema".

A candidata defende que o mercado funcione "de forma livre", criticando os entraves à instalação de novas cadeias de supermercados na Região: "Se há uma cadeia alemã que desde 2023 anunciou que vinha para a Madeira, até fez investimentos nesse sentido e continua sem abrir as lojas anunciadas, é porque estão a ser criadas dificuldades, ou então a Câmara e o Governo que se dignem a explicar o que se passa, é uma obrigação de quem governa.”

A candidata independente cabeça-de-lista do JPP à autarquia do Funchal defende que mais uma cadeia de supermercados na capital madeirense permitiria "fomentar a concorrência, o que, de forma directa, permitiria às famílias acederem aos alimentos a um preço mais baixo”.

“Vou esgotar todas as possibilidades para que isso seja uma realidade”, garantiu Fátima Aveiro. “É um contributo justo da autarquia para ajudar a aliviar o orçamento das famílias nos bens essenciais", disse.

Apoiando-se em dados oficiais, lembrou que no relatório do Eurostat, publicados a 18 de Julho deste ano, Portugal está na terceira posição entre os 27 Estados-membros da União Europeia onde comprar alimentos é mais caro.

Fátima Aveiro diz que na Região o custo de vida "é entre 20% a 30% mais caro do que no espaço continental", acrescentando que se sente “incomodada” quando compara os dados do Eurostat com outros números da própria Região. “Sinceramente, fico a pensar como é que alguém pode falar de recordes do PIB com um quadro social tão devastador como o que temos.”

A candidata alerta para os dados do relatório de Caracterização da Pobreza na Madeira, publicado em Março deste ano, onde é referido que "1 em cada 4 madeirenses está em risco de pobreza, que 71,2 mil pessoas se encontram em situação de pobreza ou exclusão social e 62,8 mil pessoas têm um rendimento inferior a 591€ mensais".

Mesmo quem trabalha, integra a “lista negra da miséria”, afirmou, indicando que "15,7% da população empregada na Região vive em risco de pobreza monetária, valor apenas inferior à Região Autónoma dos Açores, sendo o maior risco de pobreza registado na Região desde 2018 (são cerca de 20 mil pessoas)".

“Com uma Câmara JPP, o custo de vida e a habitação vão ter respostas concretas, temos a obrigação de rapidamente cuidar melhor dos nossos e dar-lhes uma vida digna, governar para todos e não apenas para os recordes que só beneficiam alguns", prometeu.