José Luís Rodrigues critica intervenção em curso no adro da Igreja da Ribeira Seca

José Luís Rodrigues voltou a recorrer à rede social Facebook para denunciar o que considera ser a destruição de vários elementos que traduziam a história do povo da Ribeira Seca, procurando “‘enterrar’ de vez tudo o que lembre o Padre Martins Júnior, pároco daquela comunidade durante 56 anos”.

Numa extensa publicação naquela rede social, acompanha de várias fotografias que mostram uma escavadora em trabalhos no adro da Igreja da Ribeira Seca, o padre diz que “a ‘catrapila’ da ignorância é mais destrutiva que o ‘caterpillar’ de ferro”, complementando que “a memória das comunidades deve prevalecer e impõem-se sobre qualquer ânimo e estado de alma pessoal”.

Além disso, sustenta que “as memórias que neste adro se guardam têm a genialidade do padre Martins, que sabiamente envolvia a comunidade à volta de sinais, símbolos de resistência para que perdurasse no tempo tudo o que ali se passou e a comunidade Ribeira Seca nunca esquecesse o seu passado de luta”, argumentos que servem para justificar a dura crítica.

Lamentando que tenha sido levantado um "mamarracho de cimento armado de gosto duvidoso", uma estrada e um estacionamento, o padre responsabiliza a Câmara Municipal de Machico e "quem dirige a paróquia da Ribeira Seca neste momento" pelo "atentado".

E sobre esse mapa em calhau rolado, diz José Luís Rodrigues que o mesmo "tem que ser reposto para que prevaleça a vontade e memória de um passado que não se deve apagar a contento da má vontade e azia de quem não procura indagar-se das coisas".

Termina, dizendo que "o sofrimento e tristeza do padre Martins que antecedeu o tempo até culminar na sua morte repentina, encontrou razões para tal naquela transformação do adro do modo e feitio desajeitados como está a ser feito".