Nasceu em novembro de 1999, em Viseu e sempre quis ser jogador de futebol. Aos 6 anos já não largava a bola e passava as tardes a jogar no relvado perto de casa.
Saiu da cidade com 11 anos para concretizar o sonho. A mudança não foi fácil e as saudades de casa eram muitas. Não aguentou a primeira noite em que dormiu na Casa no Dragão e ligou ao pai a pedir que o fosse buscar.
“Liguei-lhe a chorar, pedi para me tirar dali e para me ir buscar. Tinha saudades. Ele disse-me que se me fosse buscar naquele dia não me voltava a levar. E eu percebi que se quisesse continuar a jogar no Porto não podia vir embora”, recorda.
Os pais eram professores, faziam todos os fins de semana 260 quilómetros — entre o Porto e Viseu — para acompanhar o filho. O pai também foi jogador de futebol e preparador físico, mas nunca pressionou os filhos para serem jogadores — e hoje são os dois.
Aos 15 anos, deixou o FC Porto, depois de uma época menos boa. Ponderou regressar a casa, a Viseu. “Só queria jogar”, confessa. É nesta altura que surge o Benfica, por causa do irmão, que estava a caminho do clube. Mudou-se para o Seixal, numa espécie de transferência “dos irmãos Félix”.
No Benfica foi tudo “muito rápido”. O salto para a equipa A deu-se com o treinador Rui Vitória. Aos 19 anos, com apenas seis meses na primeira equipa, ganhou o campeonato nacional e acabou a época de sonho como a maior transferência de sempre de um jogador português. Foi para o Atlético de Madrid por 126 milhões.
Na altura, chamaram-lhe o “menino de ouro”, mas nunca sentiu a pressão. “Se vais fazer uma coisa em que sabes que és bom, em que tens confiança, não tens necessidade de sentir pressão. Se sentires pressão, as coisas vão sair pior”, diz.
Nem sempre foi fácil manter os pés assentes na terra e houve fases em que se sentiu “intocável”, mas rapidamente abriu os olhos. “Tenho medo de falhar comigo, de me desiludir a mim mesmo. De coisas que eu sei que posso atingir e não atingir por culpa minha. Sei bem o que quero, sei bem o que tenho de fazer para o conseguir, o meu único medo é, por alguma razão, desencaminhar-me desse caminho”, reconhece.
De olhos postos no futuro, agora com 25 anos, sonha ganhar o Mundial por Portugal e vencer uma Liga dos Campeões. “O melhor ainda está por vir”, promete.
João Félix é o novo convidado de Júlia Palha no episódio desta semana do Geração 90. Ouça aqui.
Depois do cinema, da televisão e da moda, três áreas que Júlia Palha conhece bem, veio um novo desafio: levar a cabo uma série de conversas no formato podcast na SIC Notícias. ‘Geração 90’ surge no seguimento do Geração 70 e do Geração 80, dois podcasts de grande sucesso, da autoria de Bernardo Ferrão e de Francisco Pedro Balsemão.
Júlia Palha abre assim as portas à geração que cresceu com a revolução digital e que vive ansiosa em relação ao futuro. No ‘Geração 90’, fala-se de forma leve do peso que acarretam os sonhos e as expectativas.
Todas as terças-feiras novos episódios.
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