Demissão teve origem na “falta de confiança mútua”, alegada por Netanyahu. Yoav Gallant é um rival de longa data do atual primeiro-ministro de Israel no interior do partido Likud
Benjamin Netanyahu demitiu, nesta terça-feira, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, informou o gabinete do primeiro-ministro de Israel. Israel Katz, atualmente ministro das Relações Exteriores, vai coupar o cargo de ministro da Defesa, e Gideon Sa’ar substituirá Katz como ministro dos Negócios Estrangeiros.
O jornal 'Times of Israel' noticiou que a demissão teve origem na “falta de confiança mútua”, alegada por Netanyahu. Yoav Gallant é um rival de longa data do atual primeiro-ministro de Israel no interior do partido Likud. Através de uma carta divulgada pelo seu gabinete, Netanyahu comunicou a Gallant que o “seu mandato terminará 48 horas após o recebimento desta carta”. Netanyahu acrescentou um agradecimento pelo serviço de Yoav Gallant como ministro da Defesa.
Na missiva, ainda de acordo com o ‘Times of Israel’, o líder israelita referiu-se à relação com Gallant durante os meses que se seguiram ao ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023: “infelizmente, embora nos primeiros meses da guerra houvesse confiança e um trabalho muito produtivo, nos últimos meses essa confiança foi abalada entre mim e o ministro da Defesa”. Netanyahu revela terem havido divergências sobre a gestão da guerra e que Gallant tomou decisões e fez declarações que contradizem as decisões do gabinete.
Netanyahu também acusou Gallant de ajudar indiretamente os inimigos de Israel: “fiz várias tentativas de superar essas divergências, mas elas continuaram a crescer”. E adianta que “essas divergências também chegaram ao conhecimento do público de uma forma inaceitável e, pior ainda, chegaram ao conhecimento do inimigo", que, sublinha, beneficiaram da situação. O primeiro-ministro de Israel garante ter apoio político para a decisão de demitir Gallant, alegando que a maioria dos membros do governo concordam com a sua decisão.
O ministro demitido reagiu, na rede social X (antigo Twitter), referindo que "a segurança de Israel tem sido e continuará a ser a missão" da sua vida.
A iniciativa de Benjamin Netanyahu surge num contexto de tensões relacionadas com o recrutamento de cidadãos ultraortodoxos para as fileiras das forças armadas do país, depois de Gallant ter aprovado a incorporação de sete mil membros dessa comunidade para as Forças de Defesa de Israel. A demissão sucede, também, no dia em que os eleitores norte-americanos vão às urnas para escolherem o próximo Presidente dos Estados Unidos, o mais forte aliado de Israel.