O Exército israelita garantiu esta quinta-feira que desmantelou a última brigada do Hamas que se mantinha ativa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, acrescentando que eliminou 2.000 terroristas e destruiu aproximadamente 13 quilómetros de rotas de túneis.

Há apenas dois dias, as forças israelitas tinham anunciado a morte do comandante do último batalhão do Hamas em Rafah, num ataque de 'drones' há várias semanas.

Quando Israel iniciou a sua criticada ofensiva terrestre em Rafah, a cidade mais a sul da Faixa de Gaza e na fronteira com o Egito, no início de maio, as forças israelitas referiram que tinham de entrar porque os quatro batalhões do Hamas que constituíam a sua última brigada estavam ali escondidos.

Desde então, as forças israelitas lançaram incursões mais curtas em diferentes partes da Faixa de Gaza, mas nunca abandonaram Rafah ou o chamado 'corredor de Filadélfia', que separa Gaza do Egito e onde as forças afirmam ter encontrado centenas de túneis usados para introduzir armas.

O Exército frisou, no comunicado, que destruiu 80% dos túneis localizados perto e por baixo do corredor e que os trabalhos continuam.

O 'corredor de Filadélfia'

A permanência das tropas israelitas no 'corredor de Filadélfia', que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defende agora como um requisito essencial das negociações para um cessar-fogo com o Hamas, é uma das principais questões que impedem o acordo, uma vez que o grupo islamita rejeita esta opção completamente.

Além disso, a ofensiva terrestre israelita forçou então o encerramento da passagem fronteiriça de Rafah, através da qual tinha entrado a maior parte da ajuda humanitária ao enclave desde o início da guerra em Gaza.

O encerramento limitou muito o trabalho das organizações humanitárias, que já não dispõem de alguns materiais básicos, como sabão ou medicamentos.