Israel atingiu locais suspeitos de albergarem armas químicas e mísseis de longo alcance na Síria, a fim de evitar que caíssem nas mãos dos rebeldes, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita.
"O único interesse que temos é a segurança de Israel e dos seus cidadãos", afirmou hoje Gideon Saar aos jornalistas. "É por isso que atacamos sistemas de armas estratégicas, como por exemplo armas químicas remanescentes ou mísseis de longo alcance e 'rockets', para que não caiam nas mãos dos extremistas", sublinhou o ministro israelita, que não forneceu detalhes sobre quando ou onde ocorreram os ataques.
Um jornalista da agência de notícias Associated Press (AP) em Damasco relatou ataques aéreos na área do aeroporto militar de Mezzeh, a sudoeste da capital, no domingo. O aeroporto já foi alvo de ataques aéreos israelitas, mas não ficou claro quem lançou o último ataque.
Síria pode ter guardado armas químicas
Israel realizou centenas de ataques aéreos na Síria nos últimos anos, visando instalações militares relacionadas com o Irão e o grupo xiita libanês Hezbollah. As autoridades israelitas raramente comentam ataques individuais.
A Síria aceitou desistir do seu arsenal de armas químicas em 2013, depois de o Governo ter sido acusado de lançar um ataque perto de Damasco que matou centenas de pessoas. Mas acredita-se que tenha guardado algumas das armas e foi acusado de as voltar a usar nos anos seguintes.
Revolução no país
Os rebeldes sírios tomaram a Damasco no fim de semana e derrubaram o Governo do Presidente sírio, Bashar Al-Assad, após quase 14 anos de guerra civil, aumentando as esperanças de um futuro mais pacífico, mas também as preocupações sobre um potencial vazio de segurança no país, que ainda está dividido entre grupos rebeldes armados.
Os israelitas saudaram a queda de Al-Assad, que era um aliado fundamental do Irão e do Hezbollah, ao mesmo tempo que manifestaram preocupação com o futuro do país. Israel diz que as suas forças tomaram temporariamente uma zona tampão dentro da Síria que remonta a um acordo de 1974, depois das tropas sírias se retirarem no meio do caos.
Israel diz que presença na Síria é temporária
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, afirmou esta segunda-feira que a presença de tropas israelitas na zona desmilitarizada em território sírio é "limitada e temporária".
De acordo com o chefe da diplomacia de Israel trata-se de uma medida necessária por razões de segurança face à indefinição que reina na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad.
"Sublinho que se trata de uma medida muito limitada e temporária, que tivemos de tomar por razões de segurança", disse Gideon Saar em conferência de imprensa.
Israel ordenou no domingo aos habitantes de cinco cidades sírias situadas na zona desmilitarizada entre a Síria e os Montes Golã, ocupada por Israel desde 1967, que permanecessem nas suas casas devido aos combates contra os rebeldes na zona.