
O Governo de Israel anunciou hoje o regresso ao Qatar da delegação negocial israelita para realizar "consultas adicionais", após ter recebido uma resposta do Hamas à proposta apresentada para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
"Agradecemos os esforços dos mediadores, Qatar e Egito, bem como os esforços do enviado [dos Estados Unidos, Steve] Witkoff, para alcançar progressos nas negociações", indicou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num breve comunicado, sem adiantar pormenores.
O anúncio de Telavive surge depois de o grupo extremista palestiniano Hamas ter entregado hoje a resposta à proposta apresentada por Israel.
As conversações foram retomadas há várias semanas, com o objetivo de alcançar um novo cessar-fogo em Gaza, após o exército israelita ter rompido, a 18 de março, o acordo de tréguas estabelecido em janeiro com o grupo islamista e retomado a ofensiva militar.
As autoridades do enclave, controladas pelo Hamas, estimam em cerca de 59.600 o número de mortos resultantes da ofensiva lançada por Israel após os ataques de 07 de outubro de 2023, incluindo cerca de 90 vítimas mortais nas últimas 24 horas.
Hoje de manhã Israel disse que está a estudar a resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo de 60 dias para a Faixa de Gaza.
A resposta do Hamas incluiu propostas de alterações às cláusulas sobre a entrada de ajuda humanitária, mapas das zonas de onde o exército israelita se deverá retirar e garantias de um fim permanente para a guerra, disse à agência de notícias francesa AFP uma fonte palestiniana próxima das negociações em curso em Doha, no Qatar.
"O Hamas acaba de apresentar a sua resposta e a das fações palestinianas à proposta de cessar-fogo aos mediadores", afirmou hoje o movimento islamista palestiniano, numa mensagem publicada na plataforma Telegram.
Os negociadores estão a tentar alcançar um acordo sobre uma trégua que permita a libertação de 10 reféns israelitas em troca de um número não especificado de prisioneiros palestinianos.
No entanto, as negociações arrastam-se há mais de duas semanas sem qualquer avanço, com cada lado a acusar o outro de se recusar a ceder em exigências importantes.
Para Israel, desmantelar as capacidades militares e governamentais do Hamas é inegociável, enquanto o movimento palestiniano exige garantias firmes para uma trégua duradoura, a retirada total das tropas israelitas e o livre fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.