O INEM vai criar uma triagem automática para as chamadas que estejam em espera há mais de três minutos. Serão ainda chamados enfermeiros para atender as chamadas dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

É o plano de contingência do INEM em resposta à greve dos técnicos de emergência médica.

Vão ser ainda revistos os procedimentos relativos à passagem de dados às equipas de emergência que estão no terreno e serão também revistos os fluxos de triagem do CODU e do SNS 24 para a transferência de chamadas entre estes serviços.

“O INEM recorda a importância de uma utilização responsável do Número Europeu de Emergência - 112, que deve ser contactado apenas em situações de emergência, para garantir que os recursos estejam disponíveis para quem realmente precisa. Para outras situações, os cidadãos devem contactar o SNS24 através do número 808 24 24 24”.

O Conselho Diretivo do INEM reconhece que a carência de técnicos de emergência pré-hospitalar, “exacerbada” pela greve às horas extraordinárias, tem condicionado o nível de resposta “pontualmente”.

Somam-se de os casos de pessoas que morreram à espera de socorro, desde a última semana.

Na passada quinta-feira, em Bragança, um homem entrou em paragem cardíacae a chamada para a linha 112 só foi atendida mais de uma hora depois. Quando o socorro finalmente chegou, foi declarado o óbito no local.

No sábado, na freguesia de Molelos, Tondela, uma mulher de 94 anos entrou em paragem cardíaca. Um familiar ligou para a linha 112, mas a chamada só foi transferida para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes cerca de 45 minutos depois. O óbito acabou por ser declarado já no hospital.

Na segunda-feira, uma mulher de 86 anos morreu depois de ter entrado em paragem cardiorrespiratória no lar onde vivia, em Castelo de Vide. Os pedidos de socorro para o 112 não tiveram resposta e os meios diferenciados só chegaram ao local quase uma hora e meia depois.

Também na segunda-feira, um homem de 77 anos morreu, em Cacela Velha, no Algarve, à espera de assistência médica. Segundo a família, a ambulância demorou cerca de uma hora e quarenta minutos para chegar.

Já na terça-feira, em Almada, uma idosa sentiu-se mal durante uma audiência no tribunal e, após várias tentativas para contactar o INEM, o transporte para o hospital acabou por ser feito pela PSP. O estado clínico, tido como grave, levou ao falecimento da senhora.

[Notícia atualizada às 18h59]