
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) não encontrou nexo de causalidade entre a demora no atendimento na chamada de socorro e a morte de um homem no concelho do Pombal em novembro de 2024.
Segundo as conclusões do relatório, a que a Lusa teve acesso, as probabilidades de sobrevivência deste homem, de 90 anos, "seriam semelhantes, mesmo em condições otimizadas".
O homem morreu em 4 de novembro de 2024, dia em que coincidiram duas greves que agravaram os atrasos no atendimento por parte do INEM: a greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e a da Função Pública.
Um relatório anterior da IGAS revelou que, neste dia, mais de metade das chamadas para o INEM foram abandonadas, com apenas 2.510 das 7.326 chamadas atendidas.
Mais de 460 chamadas para o INEM abandonadas eram de "prioridade máxima"
Em fevereiro, a IGAS concluiu que durante o dia 4 de novembro do ano passado 4.666 chamadas abandonadas (por quem liga e não foi atendido) não tiveram chamada de retorno.
Destas, estima-se que 467 chamadas correspondessem a situações cujo socorro implicava meios altamente diferenciados.
Esta estimativa, divulgada pelo jornal Expresso, consta do projeto de relatório, a que a Lusa teve acesso, relativo à inspeção ao cumprimento das normas de organização do trabalho e da capacidade operacional dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) nos períodos das greves decretadas em outubro e novembro do ano passado.