
Nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, a Revolução dos Cravos, "como ficou conhecida esta data maior da nossa democracia, momento fundador da nossa democracia, da nossa liberdade, da Autonomia que orgulhosamente exercemos nesta casa, que devolveu ao povo o direito de sonhar com um futuro mais justo", o deputado do Partido Socialista, Paulo Cafôfo, diz que a "a maior honra que podemos fazer ao 25 de Abril é continuar a lutar por uma democracia robusta, participada e livre".
Recordando "as mulheres e homens que lutaram por esses ideais, temos o dever de honrar Abril com verdade, com coragem e com compromisso", tal como, frisou, "temos o dever, perante o falecimento" do Papa Francisco "de honrar a sua memória, fazendo acontecer a transformação que ele preconizou para as nossas vidas. O Papa Francisco não foi um homem de Abril, mas julgo não cometer nenhuma heresia se afirmar que partilhava os ideais de Abril".
Citando várias passagens de intervenções do Papa Francisco, o deputado socialista frisou que há 51 anos, todo um povo disse não à opressão, à miséria imposta por décadas de ditadura, e abriu-se as portas à justiça social, à educação para todos, à saúde pública, à dignidade de viver em liberdade, em aceitar e respeitar o outro".
Paulo Cafôfo afirmou, pois , que "Abril não se cumpre quando há tantos madeirenses sem casa digna para viver. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses estão anos à espera de uma cirurgia. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses não têm condições de ter um seu familiar em casa e têm de o deixar no hospital apesar de ter tido alta. Abril não se cumpre quando a Madeira tem os salários médios mais baixos do país. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses na reforma têm de escolher entre um saco de compras do supermercado e um saco de medicamentos da farmácia. Abril não se cumpre quando tantos pais madeirenses não conseguem pagar a creche ou as propinas dos seus filhos. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses são obrigados a emigrar. Abril não se cumpre quando os rendimentos da agricultura significam miséria. Abril não se cumpre quando tantos funcionários públicos com 15 ou 20 anos de serviço recebem praticamente o mesmo daqueles que entram agora na carreira", afirmou.
Passando ao populismo que "é o que mais deteriora a democracia e impede a alternância democrática", disse que "o populismo é, em resumo, a estratégia de quem não tem projeto de futuro e é a base ideológica de vários partidos. Não há democracia saudável onde o populismo governa", mas também de "partidos da oposição que, em vez de contribuírem para uma alternativa construtiva, optam por discursos inflamados, pela mentira fácil e pelo aproveitamento do descontentamento popular sem apresentar soluções".
E terminou, referindo que "o PS reafirma o seu compromisso com a democracia verdadeira. Abril não se limita a discursos. Cumpre-se com coragem. Evocar Abril é exigir uma Região onde governar não seja um fim em si mesmo, mas um meio de melhorar a vida das pessoas, no acesso à habitação, aos cuidados de saúde, à mobilidade e a salários dignos. O Partido Socialista é e será sempre um defensor da liberdade, da democracia e de um bem-estar que chegue a todos. A maior honra que podemos fazer ao 25 de Abril é continuar a lutar por uma democracia robusta, participada e livre. Uma democracia que não se reduza ao ato de votar, mas que seja escolher em liberdade, sem medo", concluiu.