
O movimento islamita palestiniano Hamas avisou esta quinta-feira o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de que expandir a atual ofensiva em Gaza "não será fácil" e implicará "pagar um preço elevado", com mais baixas entre os soldados israelitas.
O aviso foi feito num comunicado, emitido pelo Hamas depois de Netanyahu ter confirmado que tenciona ocupar toda a Faixa de Gaza, embora acrescentando que não quer governá-la, numa entrevista à estação televisiva Fox News, horas antes do início da reunião do seu Governo que decidirá sobre a ofensiva israelita em Gaza.
"O que o criminoso de guerra Netanyahu está a planear é continuar a sua estratégia de genocídio e de deslocação [forçada de civis], cometendo mais crimes contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza", lê-se no comunicado.
Além disso, para o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o anúncio de Netanyahu em que este também disse que a governação da Faixa de Gaza ficará a cargo de "forças árabes", sem a presença do Hamas, "representa uma clara mudança de rumo nas negociações" para um acordo de cessar-fogo.
"Gaza manterá a resistência à ocupação"
"Os planos de Netanyahu de expandir a agressão confirmam sem quaisquer dúvidas que quer ver-se livre dos seus prisioneiros (referindo-se aos reféns) e sacrificá-los para servir os seus interesses pessoais e a sua agenda ideológica extremista. Afirmamos que Gaza manterá a resistência à ocupação e às tentativas de lhe impor uma tutela", garantiu o grupo palestiniano desde 2007 no poder naquele enclave.
Das 251 pessoas sequestradas a 07 de outubro de 2023 pelo Hamas e seus aliados no ataque de dimensões sem precedentes realizado em território israelita, restam 49 reféns na Faixa de Gaza, 27 dos quais declarados mortos pelo Exército israelita.
O plano de ocupação total da Faixa de Gaza tem de ser validado pelo gabinete de segurança do Governo israelita, órgão que gere a ofensiva e que está reunido desde as 18:00 locais (16:00 de Lisboa) no gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém.
Com Lusa