O grupo islamita palestiniano Hamas apelou a todos os países do mundo que se juntem a uma greve global na quinta-feira, a favor de Gaza e contra "o genocídio sionista e a fome".

"Apelamos à participação ativa numa greve global de apoio a Gaza amanhã, quinta-feira, e para continuar a intensificar o movimento global contra a agressão sionista, o genocídio e a fome contra o nosso povo, bem como contra os planos do inimigo [Israel] de ocupar a cidade de Gaza", disse o movimento no poder em Gaza, em comunicado.

O Hamas pede a continuação da mobilização internacional até ao próximo domingo, dia 24, "em todas as cidades, praças e capitais do mundo".

O movimento islamita descreve como um "novo capítulo na guerra de extermínio" os planos do governo israelita, confirmados hoje, de invadir a cidade de Gaza e deslocar um milhão de habitantes, cerca de metade da população do enclave palestiniano.

Israel já convocou 60.000 reservistas para esta nova invasão terrestre, confirmou hoje o Ministério da Defesa israelita em comunicado, mas este número deverá aumentar nos próximos dias.

O Governo israelita de Benjamin Netanyahu declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de um ataque de proporções sem precedentes conduzido pelo grupo extremista, que matou cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrou 251, no sul do país.

A operação militar israelita desencadeada após o ataque de Hamas em 2023 causou já mais de 62 mil mortos e 155 mil feridos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por Israel, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.