As medidas adotadas pelo Governo desde o início do ano letivo para responder à falta de professores nas escolas permitiram reter e atrair para a profissão 5.612 professores, a maioria a estrear-se na escola pública. O balanço foi feito, esta sexta-feita, pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação.
Em conferência de imprensa, no final de uma visita ao final da manhã à escola secundária D. Dinis, em Marvila, Lisboa, em que acompanhou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o ministro exaltou o sucesso das medidas do plano '+Aulas +Sucesso', aprovado em junho para tentar reduzir o número de alunos sem aulas, o Ministério conseguiu reter e atrair 5.612 docentes.
A maioria (4.181) nunca tinha trabalhado na escola pública e muitos estrearam-se agora na profissão docente.
Professores que regressaram à escola ou adiaram reforma
Além desses professores que se estreiam no ensino público, 667 docentes regressaram após abandonarem a escola pública há, pelo menos, um ano e outros 285 decidiriam adiar a aposentação, como é o caso de Ana Isabel, uma das professoras de inglês da escola D. Dinis, que já podia ter-se aposentado no ano passado, mas decidiu continuar a trabalhar. Em conversa com o primeiro-ministro, a professora, que leciona três turmas, explicou que na sua decisão pesou também a relação afetiva com a escola, onde trabalha há mais de 30 anos.
Outra das medidas do plano prevê a contratação de professores que já se reformaram, mas pretendem regressar ao ativo e, nesse âmbito, foram já validadas 62 candidaturas.
O plano do Governo para responder à falta de docentes nas escolas permitiu ainda o regresso de cerca de 300 professores que estavam noutras áreas da Administração Pública em regime de mobilidade estatutária.
Foram também atribuídas 8.540 horas extraordinárias, distribuídas por 3.615, acrescentou o ministro, que destacou ainda o reforço do número de professores colocados através da contratação de escola. Naquela que é a última opção para recrutar professores, foram colocados 6.278 docentes até 20 de novembro, quando em todo o ano letivo passado tinham sido contratados, pela mesma via, 9.268 professores.
Concurso para escolas carenciadas deixa quase 500 vagas por preencher
Fernando Alexandre destacou ainda o concurso externo extraordinário, dirigido especificamente às escolas mais carenciadas, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Das 2.309 vagas colocadas a concurso, foram preenchidas 1.822. Os docentes colocados têm até esta sexta-feira para aceitar a colocação, e deverão começar a trabalhar a partir da próxima semana.
Muitos desses docentes vão beneficiar de um apoio criado este ano, destinado aos docentes deslocados que estão colocados em escolas carenciadas, e que já foi solicitado por 2.730 profissionais. ~
Críticas do PS? "Não estou preocupado com isso"
De acordo com os dados divulgados, esta sexta-feira, pela tutela, à data de 20 de novembro, havia 2.338 alunos sem aulas a uma disciplina, um número que compara com os 20.887 alunos (menos 89%) na mesma situação durante todo o 1.º período do ano letivo passado. Números que são contestados pelo Partido Socialista, que acusa o Governo de falta de seriedade.
O ministro da Educação responde que os números apresentados pelos socialistas são cálculos do PS e diz não estar "preocupado com isso".
O plano '+Aulas +Sucesso' contempla ainda outras medidas como a contratação de investigadores doutorados e a atribuição de bolsas para alunos de licenciatura e mestrado, que estão em ainda em fase de preparação.
Com Lusa