A apreensão e detenção "foi o fruto do trabalho que os fuzileiros têm feito durante o patrulhamento marítimo" e os "barcos continham produtos alimentares e gente", referiu Isac Cabral, comandante da companhia dos fuzileiros navais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), citado pela Televisão de Moçambique.

Os produtos eram provenientes de Pemba, capital provincial, e tinham como destino algumas aldeias de Palma e Mocímboa da Praia, dois dos distritos mais afetados pelos ataques de grupos insurgentes, avançaram as FADM.

As forças moçambicanas detiveram 150 pessoas que estavam nas três embarcações navegando em zonas proibidas, entre mulheres e crianças, e suspeitam haver "terroristas" entre elas, disseram.

As apreensões aconteceram em "dias diferentes", quando as forças foram "ao mar".

"Conseguimos capturar essa gente que se fazia navegar nas nossas águas sem nenhuma documentação e nem autorização", disse Isac Cabral.

De acordo com o comandante da companhia dos fuzileiros navais das FADM, decorrem investigações visando apurar se se "trata de terroristas ou de civis que estavam nas suas atividades diárias".

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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