
O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Freixo de Espada à Cinta foi dado como dominado, mas ainda com dispositivos de combate no terreno, disse à fonte da Proteção Civil.
"O incêndio ao início da noite hoje já tinha começado a ceder aos meios de combate. Neste momento, foi dado como dominado" disse à agência Lusa o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso.
Segundo o comandante, as próximas horas vão requerer atenção para evitar reacendimentos, fazer a consolidação e rescaldo do perímetro do incêndio, e os meios de combate ao fogo vão permanecer no local.
O fogo deflagrou ao início da tarde de sexta-feira, nas localidades de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em pleno Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), e depressa se alastrou aos concelhos vizinhos de Mogadouro e Torre de Moncorvo, devido à força do vento, deixando para trás uma vasta área pintada de negro, nesta área protegida, como constatou a Lusa em vários locais.
Este incêndio chegou a preocupar várias localidades destes três concelhos do sul do distrito de Bragança, com incidência em Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.
O fogo chegou a ter três grandes frentes em três concelhos e os meios aéreos não puderam atuar devido às condições climatéricas adversas, ao fumo e poeiras que se fizeram sentir, ao longo destes dias.
De acordo com o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, o fogo já consumiu mais de 10 mil hectares de terreno.
De acordo com a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), chegaram a estar no terreno 342 operacionais, apoiados por 115 veículos.
A este dispositivo juntam-se oito máquinas de rasto, meios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da GNR.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.