
A ‘Festa do Limão’ que esta tarde enche o centro da freguesia da Ilha “é um incentivo e um alerta para que esta produção melhore e os produtores possam tirar maior rendimento”, disse Elsa Marques, presidente da Casa do Povo da Ilha, no palco do certame.
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Declaração para reforçar o apelo ao consumo do limão regional, sendo que nesta 23ª edição da Exposição Regional do Limão estão presentes, em exposição, “mais de 700 produtores. Acho que foi o ano em que tivemos mais produtores expostos, o que é bom sinal. É sinal que a produção está boa e recomenda-se”, sustentou Elsa Marques, minutos antes, em entrevista ao DIÁRIO.
Na ocasião fez notar que o principal problema do limão ‘marca Madeira’ “continua a ser o escoamento e é por isso também que a ‘Festa do Limão’ é realizada, que é para também chamar a atenção dos consumidores e dos empresários que consomem mais limão para que consumam o nosso limão”,
Dificuldade que é mais sentida nesta altura do ano, por coincidir com o pico da produção em que “existe imenso limão”. Pico da produção que tem vindo a ser antecipada devido também às alterações climáticas. “Antes era no final de Março, Abril, agora já em Fevereiro vai havendo imenso limão e é difícil para os produtores escoarem o limão vendendo a um bom preço, a um preço razoável”, explicou. “Vender a 40 ou 50 cêntimos [ao quilo] é um preço irrisório para o trabalho que é e para o produto que é”, apontou.
Sobretudo para os pequenos produtores locais, a presidente da Casa do Povo da Ilha destacou o papel da Associação Serras da Ilha, que em parceria com intermediário das grandes superfícies, dá importante ajuda do escoamento do fruto citrino.
“Havendo mais limão regional há menos espaço para o limão importado e é esse o caminho que temos que fazer, mas não é fácil porque o nosso limão não é bonito e muitas vezes as grandes superfícies têm este tipo de requisito com a aparência do produto, por isso não é fácil um produtor regional vender directamente à grande superfície”, disse.
Sobre a festa propriamente dita, reconhece que fruto da festa com ‘cheiro a limão’, a freguesia da Ilha vive “um fim-de-semana atípico”, ciente que muitos dos visitantes “cá só vem na ‘Festa do Limão’. Razão para afirmar que o evento é “um marco, que além de cultural é também um marco geográfico porque foi através da Festa do Limão que as pessoas conheceram e conhecem a Ilha”, conclui.
Com a freguesia envolvida por largas centenas de romeiros – mais de três dezenas de autocarros fretados para excursões - Elsa Marques está convicta que “enquanto houver vontade das pessoas, enquanto houver limão e enquanto houver também disponibilidade do governo para nos apoiar, vamos com certeza continuar esta festa por muitos e longos anos”, perspectivou.