
Cristina Vaz Tomé, ex-secretária de Estado da Gestão da Saúde, vai ser nomeada presidente do conselho de administração do Metro de Lisboa, de acordo com informação avançada esta segunda-feira pela revista Sábado.
A posição de Cristina Vaz Tomé como secretária de Estado esteve em risco no final do ano passado devido aos atrasos nos socorros provocados pela greve do INEM.
No novo Governo de Luís Montenegro, a ex-secretária de Estado assumiu apenas o papel de deputada do PSD, deixando o papel de secretária de Estado. Em novembro de de 2024 foi-lhe retirada a tutela do instituto de emergência pela ministra da Saúde, tendo sido essa a consequência política que adveio da crise do INEM.
Esta será a primeira intervenção de Montenegro na administração do Metro de Lisboa, cujos funcionários foram nomeados ainda pelo ex-primeiro-ministro António Costa.
Comissão de inquérito ao funcionamento do INEM aprovada
Em novembro, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) reportou que duas pessoas tinham morrido por atrasos no atendimento na linha 112, tendo alertado para as condições que continuavam a agravar-se "por escassez" de profissionais. As mortes denunciadas pelo STEPH levaram o Governo a pedir um inquérito ao INEM.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também abriu inquéritos para apurar se a morte de 12 pessoas esteve relacionada com as alegadas falhas de atendimento no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
Dois inquéritos foram arquivados porque não foi verificada uma relação direta entre as mortes e atrasos no socorro, enquanto um terceiro processo concluiu que a morte de um homem de 53 anos, em Pombal, poderia ter sido evitada se tivesse sido socorrido num tempo mínimo e razoável.
Esta sexta-feira, dia 11 de julho, foi aprovado o inquérito parlamentar ao INEM com os votos a favor dos deputados do Chega, da IL, do Livre, do PCP, do BE, do PAN e do JPP e com a abstenção do PSD, do PS e do CDS-PP.
Os deputados têm 90 dias, segundo o texto aprovado, para apurar as responsabilidades políticas, técnicas, contratuais, legais e financeiras relativas ao INEM, incluindo durante a greve do final de outubro e início de novembro de 2024.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) deverá ainda "avaliar a relação das diferentes tutelas políticas com o INEM e clarificar a intervenção dos XXII, XXIII, XXIV, XXV Governos Constitucionais na sua respetiva gestão política e financeira".