
Paulo Nascimento Cabral mostra-se insatisfeito com a presidência dinamarquesa das instâncias europeias em matéria de coesão. Num comunicado remetido às redações, o eurodeputado açoriano eleito pelas listas do PSD diz ser "fundamental compreendermos que não há nada mais importante para a segurança e defesa da União Europeia do que o desenvolvimento de cada uma das suas regiões".
Num encontro que decorreu esta semana na Comissão do Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, o parlamentar manifestou a sua preocupação com o assunto, notando que "a política de coesão é a maior política de investimentos da União Europeia e beneficia directa ou indirectamente toda a União Europeia", dizendo ser por isso que diz não poder ficar satisfeito ao ver "esta diferenciação entre a coesão, a competitividade e a inovação, porque a coesão é também competitividade, é também inovação, é também a ocupação do nosso território e é fundamental para a segurança e defesa da União Europeia”.
Nesse sentido, Paulo do Nascimento Cabral alertou que a falta de investimento em qualquer região representa também um risco para a segurança europeia e para o projecto europeu. “Temos regiões que pela falta de investimento, pela sua desocupação e pela insatisfação, são uma ameaça à segurança europeia e são também uma ameaça às democracias europeias, é por isso que nós também temos que compreender que a coesão é, sem dúvida, esta cola que une o projecto europeu e que não pode ser desmantelada. Simplificar não significa degradar esta importante política.", realçou.
Na ocasião, o eurodeputado enderençou à ministra dinamarquesa presente na sessão uma questão: "porque a Dinamarca também tem aqui regiões, como é que encara este papel da participação regional, das autoridades regionais, na definição das próximas políticas e fundos europeus", e mencionando as regiões ultraperiféricas portuguesas, no sentido em que “a dimensão territorial que a União Europeia tem e que é também fornecida pelas regiões fronteiriças, também o é pelas regiões ultraperiféricas. Estamos a falar, por exemplo, dos Açores e da Madeira, que são duas regiões portuguesas que são guardas avançadas de segurança também para a União Europeia, e que estão no Atlântico, no Atlântico Norte e também junto do continente africano, e portanto, são fundamentais e não podem ser encaradas apenas numa lógica de coesão social regional, que também têm de ser, mas também naquilo que aportam para a União Europeia.”.